Muito além do tênis: como Serena e Sharapova se tornaram inimigas
Adversárias nas quartas de final do Aberto da Austrália, Serena Williams e Maria Sharapova tiveram trajetórias parecidas até alcançarem o status de estrelas do esporte. Ambas têm raízes humildes - a norte-americana cresceu em um subúrbio de Los Angeles; a russa, em uma pequena cidade siberiana conhecida pela exploração de petróleo e gás natural. Nos primeiros anos de suas carreiras, a dupla sofreu com a onipresença dos pais, que atuavam também como técnicos e controlavam de forma rígida os passos das tenistas.
Apesar das semelhanças em suas histórias de vida, Serena e Sharapova protagonizam uma rivalidade que vai muito além das quadras. Desde 2004, as entrevistas que antecedem as partidas entre elas são pautadas por um respeito mútuo e declarações amenas. Mas, longe dos microfones, a relação não é nada boa.
Mesmo com os constantes elogios à qualidade técnica da rival, Sharapova não esconde que o fato de não derrotar Serena desde o fim de 2004 desagrada. "Não vou mentir. O meu retrospecto contra Serena me incomoda", disse a russa, um dia antes de ser derrotada por duplo 6/4 pela adversária na final da edição de 2013 de Roland Garros.
Em 20 encontros, Serena tem uma vantagem esmagadora, já que levou a melhor em 18 jogos – a maioria em sets diretos. Após duas quedas para Sharapova em 2004 – a mais marcante delas na decisão de Wimbledon, torneio que deu projeção internacional à beldade –, a norte-americana encontrou uma forma de neutralizar as pancadas da russa, colecionou vitórias acachapantes – perdeu apenas um game em um jogo que valia a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres – e dá as cartas no duelo.
Em desvantagem em todos os pisos, Sharapova bate de frente com Serena em quais aspectos?
O primeiro deles é a capacidade de gerar receita publicitária, explica Nigel Currie, especialista em marketing esportivo, ao diário inglês Daily Mail.
"Sharapova é o que o tênis feminino estava esperando. Ela é o sonho de todos os marqueteiros. Não há muitas estrelas femininas do esporte que possam chegar perto dela", afirma.
Dona de 69 títulos na WTA, Serena, de 34 anos, já faturou 74 milhões de dólares em premiações, enquanto a russa arrecadou 36 milhões de dólares. Entretanto, o fato de ser muito cobiçada por empresas de grande porte leva Sharapova, seis anos mais nova, a reinar quando o assunto é dinheiro.
Os contratos com Nike, Tag Heuer, Evian e Porsche colocam em sua conta anualmente aproximadamente 22 milhões de dólares. A força de sua imagem a fez criar sua própria marca de doces, a Sugarpova.
Sem conseguir competir com a russa comercialmente, Serena tem outra razão para se incomodar com a rival: uma disputa amorosa.
O homem que acirrou a rivalidade entre as tenistas é o búlgaro Grigor Dimitrov, que ocupa atualmente a 28ª colocação no ranking da ATP.
Antes de engatar um romance com Sharapova – com quem namorou durante três anos –, o galã se envolveu com Serena quando treinava na academia de tênis de Patrick Mouratoglou, na França, onde a norte-americana fazia sua preparação.
Após deixar a academia de Mouratoglou, Dimitrov começou a namorar Sharapova, o que deixou Serena arrasada. Em julho de 2012, logo após pipocarem as primeiras fotos do casal de tenistas, ela revelou o abatimento com sua situação sentimental.
"Eu desisti dos namoros. Isso não tem funcionado bem para mim. Sou uma pessoa muito emocional. Meu último relacionamento trouxe muito desgosto. Não posso mais passar por isso. Foi difícil", desabafou.
A relação entre as tenistas ficou ainda pior quando Serena oficializou o namoro com Mouratoglou, seu treinador, e foi ironizada por Sharapova.
"Se ela quer falar sobre algo pessoal, talvez devesse comentar sobre seu relacionamento com um homem que era casado, se divorciou e tem filhos", cutucou.
Quem resumiu a rivalidade foi o jornalista especializado em tênis Matt Cronin: "É uma espécie de Connors contra McEnroe, mas desta vez em saias".
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