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Comparado a Neymar, Ricardinho celebra sucesso do Brasil no futebol de 5

Ricardinho em ação pela seleção brasileira de futebol de cinco - Ale Cabral/CPB
Ricardinho em ação pela seleção brasileira de futebol de cinco Imagem: Ale Cabral/CPB

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/08/2021 04h00

A seleção brasileira de futebol de cinco, esporte adaptado praticado por deficientes visuais, é a melhor do mundo. Atuais tetracampeões paralímpicos, o Brasil tem Ricardinho como um dos principais destaques do time. Na final da Rio-2016, há cinco anos, o jogador foi o responsável pelo único gol da vitória contra o Irã.

"Foi especial ganhar diante da nossa torcida em casa", disse Ricardinho, que também é o capitão da equipe brasileira. "A resposta foi enorme e comecei a ser muito mais reconhecido", acrescentou.

Por ter um estilo driblador e habilidoso, Ricardinho é frequentemente comparado a Neymar, outro craque do futebol brasileiro. O atleta paralímpico concorda com a semelhança de estilo, mas afirma que existem algumas diferenças entre eles.

"Eu acho que se você pegar o estilo de jogo, ele é um jogador muito driblador, e eu também tenho essa característica. Mas em outras partes do campo há uma diferença muito grande, cada um de nós com sua própria maneira de pensar e agir."

Dona de quatro ouros consecutivos, a seleção brasileira de futebol para cegos nunca perdeu em Jogos Paralímpicos desde que a modalidade foi incluída no programa, em Atenas-2004. Além disso, o Brasil já venceu cinco Copas do Mundo.

Com o vasto currículo de títulos e craques, como Ricardinho e também Jefinho, considerado o melhor jogador do mundo, o Brasil chega em Tóquio com grandes chances de aumentar o recorde para cinco ouros consecutivos. O capitão do Brasil, no entanto, sabe que o título não está garantido.

"Sou atleta há muito tempo e sei que o favoritismo não ganha um jogo, muito menos um campeonato", disse. "O que precisamos é de muita experiência e tranquilidade, porque todos os campeonatos de alto nível são parecidos."

Fã de cachorros e cavalos

Aos 32 anos, Ricardinho tem outras paixões além do futebol: animais. Ele adora montar a cavalo e tem aprendido bastante sobre treinamentos de cães.

"Andar a cavalo cego tem algumas peculiaridades, é um desafio. Aprendi muito jovem", contou ele, que ainda criança sofreu com um descolamento de retina e acabou perdendo a visão.

A baixa visão, aliás, tem uma relação direta com seu gosto por treinar cães. Ricardinho tem dois cachorros em casa que são treinados para auxiliá-lo na proteção pessoal.

"Eu tenho dois pastores Belgas-Malinois que são treinados para proteção pessoal. É um desafio, porque ver já é uma tarefa muito difícil e, sem ver, preciso superar alguns obstáculos. Estudo muito e sou monitorado por profissionais da área que me ajudam", contou.

Apesar de estar indo para a fase final de sua carreira, Ricardinho não descartou participação nos Jogos Paralímpicos de Paris, em 2024. Mas a medalha em Tóquio é seu objetivo imediato.

"Em termos de idade e de condição física, posso jogar em Paris quando tiver 35 anos. Como amo o que faço, ainda não pensei em me aposentar. Estou sonhando com Tóquio e com uma medalha de ouro", concluiu