Trilha de Mundial de judô no RJ tem música japonesa entre funk e sertanejo

O show de abertura e o hino nacional do Mundial de judô do Rio de Janeiro ficaram por conta da funkeira Anitta, mas a trilha sonora do primeiro dia da competição passou longe de ficar restrita ao ritmo popular na cidade carioca. Até a música japonesa teve espaço de destaque nos alto-falantes do evento ao lado de um outro gênero em alta no Brasil, o sertanejo universitário.

As canções nipônicas dominaram a trilha sonora do Maracanãzinho na primeira metade da última segunda-feira. Com o ginásio vazio para as preliminares no período da manhã, músicas japonesas dividiam espaço com hits internacionais. Até mesmo uma versão na língua do país de origem do judô de "Hot N Cold", de Katy Perry, surgiu no som da arena.

A transição para os ritmos nacionais aconteceu justamente com Anitta. A funkeira assumiu o comando da festa junto com a chegada de cerca de 5 mil crianças, que encheram o Maracanãzinho para o bloco da tarde, o das decisões das categorias até 48kg (feminino) e até 60kg (masculino). Depois de uma sequência com "Não para", "Meiga e abusada" e "Show das Poderosas", o funk tomou conta da trilha do torneio internacional.

A partir daí, o evento repleto de japoneses e asiáticos em geral viu um desfile de hits do funk carioca, como a popularizada por Neymar "Passinho do volante" e "Na Veia", de Naldo. A sequência foi amplamente aprovada pelas crianças presentes ao local, no momento de maior empolgação com a trilha sonora.

Além do funk carioca, o sertanejo universitário também fez sucesso com os mais jovens. O resultado da cerimônia de abertura foi um clima à tarde totalmente diferente do matutino: perderam espaço os pouco menos de 100 japoneses que faziam relativo barulho com balões de gás e assumiram a festa as crianças que praticamente lotaram o Maracanãzinho.

A mudança no perfil dos torcedores se refletiu também na demonstração de conhecimento do esporte. Enquanto pela manhã os japoneses vibravam com seus atletas e mostravam entendimento das regras do judô, à tarde as crianças brasileiras chegavam a comemorar golpes que claramente não resultariam em pontuações para Sarah Menezes.

A única representante nacional nas semifinais no primeiro dia de competição (Felipe Kitadai perdeu na estreia e não disputou as finais de sua categoria) também teve sua trilha ao conquistar o bronze. Sarah Menezes foi celebrada pelo público presente ao som de "Show das Poderosas". Nada mais adequado para a maior vencedora do judô feminino brasileiro, com três bronzes em mundiais e um ouro olímpico.

Nesta terça-feira, quatro judocas brasileiros vão disputar o Mundial no Maracanãzinho, número que sugere grandes chances de medalhas no segundo dia de competição. Érika Miranda e Eleudis Valentim disputam a categoria até 52kg, enquanto Charles Chibana e Luiz Revite lutam na categoria até 66kg.