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Como Pep Guardiola tentou levar Neymar para o Barcelona e Bayern

Rivais na semifinal da Champions League: Guardiola sempre foi admirador do futebol de Neymar - Tobias Hase/picture alliance via Getty Images
Rivais na semifinal da Champions League: Guardiola sempre foi admirador do futebol de Neymar Imagem: Tobias Hase/picture alliance via Getty Images

28/04/2021 08h19

Pep Guardiola nunca escondeu sua admiração pelo futebol brasileiro. Perguntado pela imprensa após a vitória do Barcelona na final do Mundial de Clubes de 2011 contra o Santos, por 4 a 0, sobre o jogo encantador dos catalães, Pep respondeu sobre como foi influenciado pelo avô, que sempre lhe contava da Seleção de 70 e seus craques, e também já citou o Brasil de 82 em outra oportunidade:

Sempre contando com jogadores brasileiros nos elencos que comanda, Guardiola, contudo, não conseguiu treinar Neymar. O camisa 10 do PSG já ouviu muitos elogios do treinador, que há dois anos afirmou que Neymar "é o talento individual mais parecido com Messi, sobretudo em criatividade". Ontem, na véspera da semifinal da Liga dos Campeões entre PSG e Manchester City, voltou a elogiar o brasileiro.

"É uma alegria ver Neymar jogar. Como espectador, eu me divirto muito. É legal ver a plasticidade do estilo dele, não só a efetividade e a personalidade. Ele faz o futebol ser melhor", disse o técnico do Manchester City.

Oportunidades não faltaram para a união entre Guardiola e Neymar acontecer. Afinal, tanto quando treinava o Barcelona, quanto no Bayern de Munique, Pep tentou contar com o jogador.

Na Catalunha, a ideia era renovar o grupo multicampeão entre 2008 e 2012 após o fracasso na temporada 2011/2012, quando perdeu o Campeonato Espanhol para o Real Madrid e caiu na semifinal da Liga dos Campeões para o Chelsea.

De acordo com as informações da imprensa espanhola à época, Neymar estava na lista de prioridades para os reforços no mercado. No entanto, Guardiola resolveu deixar o comando do Barça e tirou um ano sabático antes de voltar a trabalhar. O ex-santista desembarcaria no Camp Nou em 2013, mas com o argentino Tata Martino como treinador.

No Bayern de Munique, a disposição de Guardiola foi mais alta. Assumindo um projeto novo, num país novo e numa cultura futebolística diferente da anterior, ele sabia que precisaria de mais gás para triunfar em solo germânico. E, mais uma vez, pensou em Neymar. Segundo a ata da reunião que culminou na venda do craque do Santos para o Barcelona, o então vice-presidente santista, Odílio Rodrigues, em junho de 2013, revelou ao Conselho do clube que o pai de Neymar reuniu-se diretamente com Guardiola e quase foi "seduzido".

Para Guardiola, o encaixe entre Messi e Neymar não seria bem feito pelo técnico do Barça. A oferta balançou o staff do astro; no entanto, pesou a vontade do brasileiro de defender o uniforme azul e grená. Anos depois, o repórter Christian Falk, do jornal alemão "Bild", revelou no livro "Inside Bayern" que Pep teria ficado "decepcionado" com a diretoria do Bayern por não enxergar muito esforço na contratação de Neymar. Os dirigentes entendiam que o elenco não precisava de mais contratações após concluir a negociação com Mario Götze, xodó nacional e visto com um futuro maior que o do santista.

Já na Europa, Neymar deu o troco em cima de Guardiola na semifinal da Liga dos Campeões de 2014/2015. Plenamente adaptado e fazendo parte do histórico trio de ataque do Barcelona ao lado de Messi e Luis Suárez, Neymar foi um dos nomes da eliminatória que resultou na classificação à final: marcou um gol na ida na vitória por 3 a 0 e dois na volta, na derrota por 3 a 2. O Barcelona viria a ser campeão na decisão contra a Juventus, onde mais uma vez Neymar deixou sua marca.

Entre as poucas semelhanças que envolvem as trajetórias de Neymar e Guardiola, uma delas é o fato de, desde que saíram do Barcelona, os dois nunca mais voltaram ao topo da Liga dos Campeões da Uefa. Agora, para encurtarem o caminho e alcançarem o sonho, um vai precisar deixar o outro para trás. A primeira parte desta história conheceremos logo mais.

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