Menos pressão e trabalho cuidadoso: jovens vivem cenário ideal no Timão
Com desfalques por lesão, o técnico Fábio Carille armou no treino da última quinta-feira um esboço de time titular para a retomada do Campeonato Brasileiro, no próximo dia 19. Um fato que chamou atenção foi a quantidade de jogadores jovens ou formados nas categorias de base do clube na escalação: Fagner, Léo Santos, Pedro Henrique, Guilherme Arana, Maycon e Jô.
O número representa um entendimento claro a respeito do Timão em 2017, que é o maior aproveitamento das promessas da base após anos de talentos perdidos ou mal trabalhados na transição para o futebol profissional.
Dos 27 jogadores do atual elenco do Corinthians que entraram em campo com Fábio Carille em 2017, dez passaram pelas divisões inferiores. O elenco ainda conta com outros jovens da base que aguardam chances, como Carlinhos, Mantuan e Rodrigo Figueiredo. Todos, porém, realizam o mesmo tipo de treino dos jogadores consagrados e seguem em evolução, à espera de oportunidades para se encaixarem em posições e funções que já conhecem por observação e rotina de trabalhos.
O cenário ideal para o surgimento de novas opções foi possível graças a alguns fatores, a começar por um projeto estabelecido pelo técnico Fábio Carille, que trabalhou ao lado de treinadores que não colocavam a base como plano A, como Tite e Cristóvão Borges. Auxiliar responsável pela observação dos jovens, o atual técnico decidiu apostar na formação e também em Osmar Loss, que era técnico do sub-20 e foi promovido a assistente do time profissional após a Copa São Paulo de Juniores. Loss nutre Carille de informações e comanda atividades específicas para jovens promovidos da base após o treinamento tradicional.
Obviamente, a falta de recursos do Corinthians para investir também permitiu a inclusão de jogadores já vinculados ao clube em vez de contratações que demandassem investimento. Gerente de futebol do Corinthians há pouco mais de um ano e antes disso coordenador técnico responsável pela intermediação entre futebol profissional e base, Alessandro Nunes admite em entrevista ao LANCE! que o maior uso de jovens começou pelas dificuldades financeiras.
- Nós conversamos logo nas primeiras reuniões, deixamos bastante claro o panorama de investimento e que seria uma oportunidade de ver a garotada. É importante ressaltar a coragem do Carille. E também ressaltar os atletas, porque ele só coloca no jogo quem mostra nos treinos, senão não teria confiança de colocar. O trabalho que ele faz com sua comissão deu convicção para colocar esses garotos para jogar. Tem que ressaltar a coragem do Carille, que é bastante calculista, porque às vezes você coloca o jovem numa situação mais difícil e não dá muito certo - afirma o dirigente.
Os tempos de promessas mal aproveitadas se esgotou no Corinthians. Créditos a Fábio Carille.
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