Palmeiras se fortalece com 'pancadas' para manter folga na liderança
Líder em 11 das 20 rodadas do Brasileiro, o Palmeiras tem de lidar desde a "promessa" de título feita por Cuca com o favoritismo. Apesar da expectativa que se coloca em cima deste time, a reação tem sido boa. Quem analisa é Jean, que já venceu o campeonato nacional em duas ocasiões, em 2008 e 2012.
Titular em 18 dos 20 jogos do líder, o camisa 17 estará neste domingo em campo, às 16h, contra a Ponte Preta, no Allianz Parque. Para o lateral direito, mesmo com jogadores jovens, o elenco vem amadurecendo especialmente após as críticas causadas por duas derrotas seguidas, para Atlético-MG e Botafogo.
"É um elenco que tem alguns jogadores novos, mas a gente passa tranquilidade. Tomamos pancadas que ajudaram muito para o nosso amadurecimento. Tropeçar uma vez ou outra é inevitável, mas o máximo que pudermos ganhar vai dando um amadurecimento ainda maior", afirmou Jean.
Este crescimento tem sido importante na atual sequência. Domingo passado, o Palmeiras foi o primeiro a vencer o Atlético-PR em casa neste Brasileiro. Dos próximos seis jogos, cinco rivais estão entre os dez melhores. O único que não está no top 10 é o São Paulo.
"Serão jogos dificílimos. É não mudar a forma de jogar, independente do adversário. O forte do Palmeiras é se impor, entender os jogos. O principal é aquele velho ditado: se não puder ganhar, não perde. Empata, porque são confrontos diretos", explicou o jogador.
Só que o duelo desta tarde não entra esta análise. Como bem sabe o bicampeão, na briga pelo título, em jogos em casa não é permitido tropeçar. E o Palmeiras entendeu isso bem: são mais de 83% dos pontos como mandante. Vem a primeira vitória sobre a Ponte no Allianz?
CONFIRA UM BATE-BOLA COM JEAN:
Você acha que criaram uma pressão exagerada durante as derrotas seguidas?
Não. Principalmente da nossa parte, de quem tem um pouco mais de experiência, a gente sabe que o campeonato é longo. O mais importante foi chegar na liderança, perder entre aspas no momento que poderia ter perdido, conseguimos recuperar rapidamente, abrimos uma certa vantagem, né. Ainda tem o jogo do Grêmio, mas abrimos certa vantagem e é importante para a caminhada. Claro que ninguém gosta de perder, o ambiente fica um pouco mais difícil, pensativo, mas isto que é o importante. A gente soube se impor no momento que precisou, recuperamos a liderança e espero não largar mais.
Quais as diferenças para o Jean campeão brasileiro em 2008, o que ganhou em 2012 e o que disputa o título agora?
Cara, em 2008 eu era menino, primeiro Campeonato Brasileiro como titular, minha estreia foi em 2005, mas minha estreia como titular foi em 2008 e a diferença para 2012 é realmente a cabeça, tudo ali era novo, acaba sendo totalmente diferente do que já tinha vivido. Você acaba conhecendo as coisas e aí você acerta e erra. Felizmente nosso grupo era muito bom, muito experiente, quando eu cheguei o grupo deu aquela alavancada e isto foi muito bom. A diferença para 2012, por exemplo, foi mais a experiência. Quando cheguei ao Fluminense eu já estava mais cascudo, sabia de alguns caminhos, tive a paciência necessária quando precisou para buscar a titularidade. Depois não larguei mais também por estar mais maduro. E agora no Palmeiras mais ainda, mais experiente ainda, onde nada é novo, Libertadores, Paulista, Brasileiro agora. Nada é novo, e assim como antes também, eu precisava buscar minha titularidade e com muito mais dificuldades do que em 2008 e 2012. Acho que este foi o mais difícil: ganhar a posição e se manter. Estas são as diferenças, de 2008 para 2012 e de 2012 para 2016. Fico feliz, mas a diferença é que a cada ano você cria uma experiência pelo que passou, viveu. Espero dar continuidade nestes três anos e meio de contrato.
Como reagir a estes jogos contra os principais times do Brasileiro?
Temos de buscar as vitórias que esperamos, começando por domingo e eu acho que é o que todo mundo espera. Serão jogos dificílimos, confrontos diretos. Tem até o Fluminense, que é fora de casa. Não é confronto direto, mas um clássico nacional.
Os três pontos de vantagem para o vice-líder fazem com que o Palmeiras possa administrar melhor, sabendo onde correr riscos?
É exatamente isso, tem de ter a tranquilidade. Conseguimos a folga, mesmo que pequena, e nos ajuda, dá inteligência e é uma arma para nós. Até para ter a tranquilidade, entender o jogo, se ver que não vai ser aquele jogo bom, ter consciência e poder segurar um resultado, um empate, ou um placar magro, mas o importante é sair com três pontos com certeza.
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