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'Barça analisa 14.196 relatórios por ano para encontrar novos craques'

21/04/2016 12h43

"Em um "tablado" do tamanho do Barcelona, todas as cifras são astronômicas. E especificamente aquela que se refere ao processo de observação e monitoramento de jogadores são absolutamente espetaculares. Tão espetacular que os primeiros dados que conseguimos receber após um pedido de consulta informal já se falava de cerca de 6.000 estudos realizados durante a temporada de 2014 e 2015. Já era uma enormidade. Mas o número foi dinamitado quando recebemos a confirmação oficial. Estratosféricos 14.196 relatórios genéricos e outras 775 análises específicas de jogadores.

São nomes para todas as equipes do Barcelona, que são 17: cinco categorias Benjamins (sub-5, 6, 7, 8 e 9 anos), três Alevins (subs-10, 11 e 12), duas infantis (subs-12 e 13), duas cadetes (sub-15 e 16), três juvenis (sub-17, 18 e 19), Barcelona B e, evidentemente a primeira equipe, aquela que interessa ao grande público. O time A é o foco, mas é claro que as categorias de base são essenciais. Afinal, afetam a formação e a especialização de garotos que serão capazes conhecerem um estilo concreto de jogo que, após longo período de aprendizagem, os façam chegar um dia ao Camp Nou.

Tal tarefa é confiada a um grupo de 30 técnicos, com Robert Fernández encabeçando este time. Nem todos fazem parte da "equipe Barcelona", mas todos trabalham para o clube num processo de seleção. A maioria dos observadores externos são contratados para a busca diária de diamantes em estado bruto que poderão ser polidos em La Masia para um dia brilhar no time principal.

O clube nos disse que esta cifra monumental sofrerá um incremento considerável para dois novos projetos: Focus 1 - para buscar os melhores jogadores sub-16 na Europa - e Focus 2 - em busca dos melhores sul-americanos sub-18.

A expansão, tutelada por Pep Segura - Secretário técnico do futebol profissional - já está aprovada pelo plano estratégico do clube. Isso, na prática, significa orçamento próprio para aumentar a rede de olheiros. Em valores, há um aumento de recursos na ordem de 15% sobre os valores de 2015. Tudo devidamente computadorizado, através de um programa chamado COR (Conhecimento, Organização e Rendimento). Criado na época de Zubizarreta ele é de amplitude exuberante.

Este COR sabe tudo. É como um "Grande Irmão" do Barcelona. Um exemplo é a análise minuciosa das mais de 10 mil partidas que chegam dos observadores. Após um pente fino,  se chega a 550 jogos que passam a ser triturados à exaustão pelos chefes do futebol profissional que assinam relatórios dos jogadores estudados. Depois há um pente fino, uma análise de idoneidade destes estudos. E apenas após estes três passos é que Robert Fernández propõe o nome de um jogador ao treinador." 

Miguel Rio é diretor adjunto do "Mundo Deportivo"