'Aqui matam o jogador': Abel esbraveja em coletiva após título do Palmeiras

Abel Ferreira usou sua entrevista coletiva após o título do Palmeiras no Paulistão para ir além das comemorações. O português esbravejou sobre como os jogadores são tratados no futebol brasileiro.

O que aconteceu

Além de elogiar Endrick e dizer que queria decisão nos pênaltis, Abel Ferreira citou a cobrança que considera excessiva aos jogadores de futebol no brasil. Segundo ele 'aqui matam o jogador'.

A resposta dura se deu antes mesmo do jornalista que o questionava terminar de formular a pergunta. Abel fez questão de dizer que discorda da forma que os atletas são tratados quando cometem falhas.

Aqui matam os jogadores, não criticam. A crítica é branda perto do que fazem com os jogadores no Brasil. De forma geral, o jogador brasileiro que é mentalmente forte joga em qualquer lugar do mundo, fácil. Aqui um jogador perde uma chance debaixo do gol, se olha como se fosse o vilão da história. Mas e o resto do jogo? Por que temos que olhar para este jogador como vilão? Não tem mais 10 em campo? E o treinador? Por que tem que ter um herói e um vilão? Não aceito isso, herói e vilão., Isso tem um impacto mental muito grande no jogador. Aqui não criticam, mas matam o jogador mentalmente

Flaco López: Acreditei mais do que ele

Em seguida, citou exemplo de Flaco López, como um atleta que precisava de apoio e acompanhamento.

Segundo ele, o argentino é jovem e cresceu depois de muita insistência e paciência durante treinamentos. Abel disse que acreditou mais no crescimento do que o próprio jogador.

Nós temos que ter paciência com os jogadores. Às vezes eu acho piada quando pedem o Breno, o Estevão, eu digo: calma, calma. Eles vão jogar quando tiverem que jogar. Existem treinadores que gostam de jogadores prontos, que não precisam se preocupar com nada. Pronto é o Aníbal (Moreno). O que eu fiz com ele? Zero. Já o López é muita dor de cabeça, muito treino individual, muito esconde-esconde. Às vezes eu dizia que confio nele mais do que o próprio. Minha missão é ajudar os jogadores a serem melhores. Se chegar no fim da temporada e eles não tiverem aprendido nada comigo, não estou fazendo nada aqui. Eu sei de onde vim, foi da base, promovi muitos jogadores nos clubes que eu passei. Se não dei títulos como aqui, dei muito mais dinheiro com vendas de jogadores do que gastaram comigo. Jogadores prontos, não vou ensinar, e tem treinadores que não têm paciência para treinar moleques da base, querem os já prontos. Mas eu tenho, sei bem qual meu trabalho. Mérito dele em aceitar as dicas. Ele ganhou espaço, mas não deixa de ser um centroavante jovem

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