'Quebrar pernas': segurança de presidente do Flamengo é preso por agiotagem
Jorge Alexandre Gouvea Arioza, 49 anos, vigilante contratado pelo Flamengo e segurança pessoal do presidente do clube, Rodolfo Landim, foi preso pela Polícia Civil do Rio na última terça-feira (2) sob suspeita de extorsão e agiotagem.
De acordo com a Seap (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária), Arioza está na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, aguardando transferência. Ele está preso preventivamente em decorrência de investigação do MP (Ministério Público).
As investigações apontam que o segurança do Flamengo teria emprestado R$ 40 mil a um homem com juros superiores à taxa permitida por lei. Ao todo, Arioza teria extorquido R$ 52,7 mil em dinheiro, além de ter pego para si o carro da irmã da vítima, uma BMW modelo X1.
Segundo o MP, Arioza emprestou o dinheiro porque o homem que o procurou precisava quitar uma dívida de imposto de importação. Para isso, o segurança do Flamengo cobrou juros de 30% sobre o valor total.
A investigação também aponta que Arioza ameaçou a vítima e a mulher da vítima após a finalização dos pagamentos, seja por ligações telefônicas seja por mensagens enviadas pelo WhatsApp.
"Eu não quero fazer nada contigo, mas não vai ter jeito, pois eu vou ter que fazer. Eu vou quebrar suas duas pernas", teria dito Arioza à vítima, de acordo com a denúncia apresentada.
A determinação da prisão preventiva foi assinada pelo juiz Flavio Itabaiana de Oliveira Nicolau em 8 de março de 2024. "Não se pode deixar de destacar que a prisão do réu há de ser decretada para asseguramento da aplicação da lei penal", escreveu o magistrado.
O juiz embasou sua decisão pela "periculosidade do réu": "cujas anotações permitem concluir que, em liberdade, certamente encontrará o mesmo estímulo para a prática de outros delitos semelhantes."
O mandado de prisão foi cumprido por policiais civis da 19ª DP (Delegacia de Polícia), da Tijuca. Além da prisão de Arioza, a BMW da irmã da vítima foi recuperada e devolvida.
Em 2013, Arioza assinou um termo circunstanciado em um processo que correu no Tribunal de Justiça do Rio que o relacionava a um esquema de jogo do bicho. O processo foi arquivado em 31 de agosto de 2015.
Outro lado
O UOL entrou em contato com o escritório do advogado Alexandre Domingues Porto, que presta serviços a Arioza, por telefone e mensagens em aplicativos, mas não recebeu retorno.
A reportagem também procurou o Flamengo, mas, até esta publicação, também não teve respostas. Em caso de resposta, a matéria será atualizada.
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