Jornalista espanhola conta origem de racismo contra Vini e culpa imprensa

Uma cobertura jornalística enviesada por clubismo e a falta de lei contra o racismo são as origens dos ataques sofridos por Vini Jr na Espanha. É o que explica a jornalista espanhola Virtudes Sánchez, em entrevista ao Fim de Papo.

'Imprensa espanhola criou o ódio ao Vinícius": "A imprensa é culpada, eu posso afirmar isso. A gente não tem que tirar a responsabilidade da imprensa só porque a gente também faz parte da imprensa. Eu sou doutora em jornalismo especializada em tratamento da informação no esporte e acompanhei tudo, eu presenciei como a imprensa criou e gerou ódio ao Vinícius".

'Imprensa de Barcelona criou muitas matérias maldosas': "Uma coisa que é importante e não se fala no Brasil: o Vini recusou ir ao Barcelona, que ficou muito perto da contratação dele quando ele tinha 17 anos. Então, a imprensa catalã, que é muito clubista e muito financiada pelo próprio Barcelona, o clube, começaram a criar e publicar muitas matérias maldosas. Você pode criticar os jogadores, fazer uma análise desfavorável, o que você não pode, porque deveria ter ética jornalística, é criar de forma consciente um ódio contra uma pessoa".

'Essa é a explicação, a origem desse racismo todo contra o Vini': "Esse ódio ao Vinícius foi criado pela imprensa da Catalunha inicialmente e expandido depois a toda imprensa da Espanha. O Vinicius é uma vítima do racismo, da xenofobia e é uma vítima do antimadridismo, porque ele chegou numa época muito importante para o Real Madrid, que foi uma época da saída do Cristiano Ronaldo e todo mundo sabia que Vinícius era diferente, que ele poderia se tornar o próximo Cristiano Ronaldo, que se recusou a ir para o Barcelona. Então, essa é a explicação, a origem desse racismo todo contra o Vini".

'A Espanha não tem uma lei antirracista': "Fiz uma entrevista com um advogado logo depois do episódio de Valência e ele disse que não existe uma lei antirracismo na Espanha. Então, como seriam punidas essas pessoas, por que essas pessoas teriam algum medo de cometer um crime racista? Na Espanha, temos um problema muito grave de racismo estrutural. Muitas pessoas são racistas, não são todas, obviamente, e elas não reconhecem o próprio racismo".

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