No berço de Harry Potter, Dorival tenta mágica contra poderosa Inglaterra

É na cidade de Londres, berço da aclamada saga Harry Potter, que o técnico Dorival Júnior precisa aprender feitiços para a seleção brasileira enfrentar a poderosa Inglaterra em Wembley, hoje, 16h (de Brasília).

A Inglaterra não é tão temida a ponto de não podermos falar seu nome como o do vilão Voldemort nos filmes, mas, na "casa de apostas" dos irmãos Fred e George Weasley, certamente o favoritismo estaria todo do lado europeu.

Os ingleses não perderam em 2023, enquanto o Brasil viveu o pior ano de sua história com cinco derrotas, demitiu Fernando Diniz e chamou Dorival. O treinador chegou em alta após títulos por Flamengo e São Paulo.

A proteção

Dorival viu Fernando Diniz ser demitido rapidamente e procurou se defender. A saída foi buscar uma "Armada de Dumbledore", a exemplo de quando Harry reuniu bruxos para ensinar feitiços na iminência de uma nova guerra.

Dorival trouxe bruxos de sua confiança para ajudá-lo, como o supervisor Sérgio Dimas (Botafogo-SP) e o coordenador Juan (Flamengo). Outros, mais experientes, vieram para fortalecer o time: o gerente Cícero Souza (Palmeiras) e o diretor Rodrigo Caetano (Atlético-MG).

Com toda essa estrutura, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, está bem longe dos holofotes. Dorival entende que usou bem o chapéu seletor.

A defesa

A escola de Hogwarts mudou cinco vezes de professor de defesa contra as artes das trevas, que seria como trocar todos os marcadores da seleção de uma vez.

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A seleção brasileira busca alternativas e sofre atrás: defender tem sido o mais difícil desde a saída de Tite, com 14 gols em nove jogos.

Para piorar, "feiticeiros" renomados como Alisson, Ederson, Marquinhos e Casemiro se lesionaram e não estão à disposição. O sistema defensivo terá quatro estreias: Bento, Beraldo, Fabrício Bruno e Wendell ao lado do capitão Danilo.

A ideia de jogo

O feitiço "expelliarmus", que desarma os adversários, é fundamental na luta de Harry e seus amigos contra Voldemort. Na seleção, Dorival Júnior quer que o time marque mais e melhor.

Recuperar a bola no campo do adversário era uma obsessão de Tite e Diniz. O novo treinador tenta aprimorar esse fundamento, mas com cautela. Se o rival estiver melhor e a solução for atacar só na hora certa, isso será feito.

Outra preocupação é preencher espaços. No universo de Potter, o "expectum patrono" é um feitiço que permite criar um animal de estimação que acompanha e ajuda os pequenos bruxos. Na seleção, Dorival quer que os jogadores se apresentem para o jogo cientes de que o colega estará pronto para ajudar, como se eles conjurassem um patrono quando têm a bola nos pés.

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A solução

Dorival imaginou o time com um centroavante, mas adaptou o pensamento diante da limitação física de Richarlison após lesão no joelho e da imaturidade do jovem e promissor Endrick.

O treinador usou a "Lumos Maxima" para ter uma luz: para que um camisa 9 agora? O Brasil terá mais velocidade e menos força com Rodrygo, Raphinha e Vini Jr na frente. O meio-campo será de Premier League: João Gomes, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá.

O novo técnico diz que o Brasil precisa se reinventar e retomar o respeito merecido de quem é a maior seleção da história. Do outro lado, a Inglaterra está pronta para o letal "Avada Kedrava", feitiço que mata instantaneamente e sem ferimentos. O glorioso palco de Wembley mostrará se as novas ou velhas magias vencerão.

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