Seleção brasileira é um projeto de fracasso elaborado há décadas, diz Milly

Milly Lacombe analisou no Fim de Papo que a Argentina é favorita contra o Brasil no clássico de hoje, às 21h30 (de Brasília), no Maracanã, pelas Eliminatórias da Copa. Na visão da colunista do UOL, a seleção brasileira está sem rumo e se tornou um projeto de fracasso.

'Argentina é favorita': "A gente nunca esteve moralmente tão longe da Argentina, tem uma diferença moral grande, eles são campeões do mundo, a gente está nessa derrocada há muito tempo. Objetivamente falando, a gente precisa entender que eles são os favoritos. A gente tem jogadores muito bons, a gente produz duas ou três seleções por ano, a questão não é quem joga, é como joga".

'O Dinizismo não acontece da noite para o dia': "Também tenho um pouco de receio dessa escalação de hoje, não queria ver o Messi a 20% da sua capacidade jogando contra o Emerson Royal no nível que a gente viu contra a Colômbia. Seria um encontro desastroso, eu não gostaria de ver isso. Isso colocado, o Dinizismo não acontece da noite para o dia, a gente viu as coletivas de todos os jogadores, está todo mundo dizendo que é uma ideia nova — 'eu não estou acostumado a jogar assim, estou gostando, dá mais liberdade'. É estranho mesmo, o Diniz fica regendo aos berros à beira do gramado, a gente está falando de um sistema contra-hegemônico, não é da noite para o dia. Ele não vai ter tempo de ser efetivado e aí a gente tem que falar da CBF".

'A CBF está brincando com a gente': "A seleção brasileira de futebol é um projeto de fracasso muito bem elaborado há décadas, a gente ignorou o 7 a 1, o 7 a 1 não foi obra do acaso, nós trabalhamos por ele e, desde então, a gente seguiu trabalhando para afastar a seleção da população. A seleção tem uma marra que não se explica, de onde vem essa marra? Só perde, só ganha nas Eliminatórias, mas do que serviu? Nem jogou bem, só teve resultado, a gente pode pegar um jogo ou outro. Então, eu acho que esse projeto de fracasso bem elaborado não está na conta do Diniz, do Mano, do Dunga, do Tite, não está. A CBF não liga para futebol, ela liga para negócio, e o negócio vai muito bem. Já o futebol, eu não sei, gostaria muito de saber que o Diniz ficaria dois ciclos, porque aí ele pode implementar esse futebol do qual eu gosto tanto, mas não vai. Nem um ciclo ele vai ficar, ele vai ficar 8 jogos, aí é brincadeira da CBF, a CBF está brincando com a gente".

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Opinião

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