Ex-Flamengo comanda time na Taça das Favelas e sonha se tornar técnico

Quem acompanha a Taça das Favelas do Rio de Janeiro já deve ter reparado em um rosto conhecido à beira do gramado. O ex-volante Douglas Silva, que teve passagens por Flamengo, Grêmio e Athletico-PR, é o técnico do time da Vila Vintém, comunidade localizada entre os bairros de Realengo e Padre Miguel, na Zona Oeste.

Sou cria do bairro. Consegui uma carreira após passar pela base do Bangu e sei como muitos garotos querem ter a oportunidade de se tornar jogador. Tento retribuir

Douglas Silva

O que aconteceu

Douglas, que mora em Padre Miguel, tem um projeto que atende crianças e adolescentes.

A escolinha de futebol está em funcionamento desde 2019 e foi criada ao lado do amigo ao lado do amigo e ex-jogador Raphael Carvalho, que se tornou auxiliar-técnico.

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Imagem: Reprodução

"Eu tento passar tudo que vivi. Aprontei muito dos 14 aos 17 anos, que é a idade que eles têm hoje. Aprendi tudo na rua. Sempre falo que o futebol salvou a minha vida. Com 17 anos eu tomei a decisão de deixar de fazer as coisas erradas e me dedicar ao futebol, e no Bangu consegui me profissionalizar", disse.

Converso com eles sobre a importância do estudo. Nos dias de treinos, sempre troco uma ideia. Eu parei de jogar futebol e voltei a estudar. Essa molecada batalha, alguns estudam, trabalham e ainda vêm treinar. Teve aluno que tinha largado a escola e, depois que veio para cá, voltou aos estudos. Isso me deixou feliz para caramba

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Douglas Silva

Quer ser treinador

Após pendurar as chuteiras, Douglas voltou à sala de aula e se formou em Educação Física. Atualmente, faz a licenciatura.

No começo do ano passado, tornou-se integrante da comissão técnica permanente do Bangu. Na atual temporada, também ajudou o time sub-20 que conquistou a Taça Rio.

"A faculdade de Educação Física me abriu portas, como essa no Bangu. Agora, estou me dedicando à escolinha também. Estou fazendo licenciatura e quero fazer o curso da CBF para ter a licença de treinador. Quero estar preparado para o caso de surgir uma oportunidade em uma escola ou em um clube", contou.

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Imagem: Arquivo pessoal

E a costela no bafo?

Ao encerrar a carreira como jogador, Douglas ficou famoso em outro ramo. Por alguns anos ele vendeu costela no bafo em uma esquina em Padre Miguel e viu o número de clientes "bombar".

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Foi com os valores arrecadados com o empreendimento, inclusive, que o ex-jogador pagou a faculdade.

Porém, diante dos atuais compromissos com o Bangu e o projeto, a costela no bafo passou a ser uma iguaria para poucos.

"Eu tive de dar um tempo. Com os jogos aos fins de semana e outros compromissos, ficou complicado conciliar, porque tem de buscar a costela, temperar, embalar e arrumar o ponto para vender. Não é mole, não. Então, quando faço, é mais em um evento para a família, coisas assim, no meu lazer. Às vezes, ligam para perguntar se tem para vender, que vão passar para buscar", explicou Douglas.

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