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São Paulo joga para retomar protagonismo e ter tranquilidade em 2023

São Paulo x Independiente del Valle agita final da Sul-Americana - GettyImages
São Paulo x Independiente del Valle agita final da Sul-Americana Imagem: GettyImages

Thiago Braga

DO UOL, em Córdoba (ARG)

01/10/2022 04h00

O jogo da década. Assim o São Paulo se preparou para a final da Copa Sul-Americana deste sábado contra o Independiente del Valle-EQU, às 17h (de Brasília), no estádio Mário Kempes, em Córdoba.

A importância vai além da possibilidade de levantar uma taça neste ano. Vencer o Del Valle significa ser campeão continental, mas também aumenta as chances do Tricolor voltar a ter protagonismo na América do Sul. O que deve gerar mais investimento do clube na formação do elenco para 2023.

"Acho que são dois anos que se resumem a 90 minutos. Esse [ano] e o início do próximo ano. A programação será difícil de qualquer maneira pelo momento do clube em matéria de investimentos. Mas abre sempre uma porta de expectativas", defendeu o técnico Rogério Ceni.

Esta final continental é a primeira que o Tricolor disputa desde o título da Sul-Americana, em 2012. De lá para cá, o Tricolor bateu na trave e não conseguiu disputar um título internacional. O clube parou na semifinal da Sul-Americana em 2013 (caiu para a Ponte Preta) e 2014 (eliminado pelo Atlético Nacional-COL). Em 2017, o Tricolor foi eliminado na primeira fase pelo Defensa y Justicia-ARG. Outras eliminações se seguiram: caiu para o Colón-ARG (2018), e Lanús-ARG (2020). Na Libertadores, o mais longe que o São Paulo conseguiu chegar também foi à semifinal, no ano de 2016.

Financeiramente, ser campeão significa encher os cofres do clube. O São Paulo já arrecadou US$ 2 milhões (R$ 10,5 milhões) em premiações. Foram US$ 900 mil (R$ 4,7 milhões) pela participação na fase de grupos, mais US$ 500 mil (R$ 2,7 milhões) nas oitavas de final, US$ 600 mil (R$ 3,1 milhões) pela classificação às quartas de final e mais US$ 800 mil (R$ 4,2 milhões) por disputar a semifinal. O campeão da Sul-Americana vai levar para casa, somando todas as premiações por fase, US$ 7,8 milhões (R$ 38 milhões). O vice-campeão fica com US$ 4,8 milhões (R$ 25, milhões).

Rival tem crescido nos últimos anos

Enquanto o São Paulo tenta reviver os períodos de glória em sua história, o Del Valle optou por remodelar sua estrutura. A equipe equatoriana passou de um time pequeno para um dos clubes que mais revelam jogadores na América do Sul.

"Nunca deixe de sonhar." A frase, grafada em letras garrafais na entrada do Centro de Treinamento do Independiente del Valle, mostra a crença em um projeto de trabalho de longo prazo marcado por anos sem títulos, mas que foi recompensado com o título da Copa Sul-Americana. Fundado no fim dos anos 50, o clube nasceu inspirado no maior Independiente de Avellaneda, sete vezes campeão da Libertadores. Até os anos 2000, porém, o Del Valle era uma equipe modesta, que subia e descia de divisão no Equador com frequência. Em 2006, um grupo de empresários comprou o clube e começou a mudar sua história.

Desde troca de nome até mudança nas cores do uniforme, tudo foi alterado. O novo nome traz a ideia do que é o clube: Club de Alto Rendimiento Especializado Independiente del Valle. Assim, as categorias de base e a formação de novos jogadores passou a ser especialidade do Del Valle.

Para se ter uma ideia, 30% do orçamento anual do Del Valle é destinado para as divisões inferiores e apenas 3% é reservado para a compra de novos atletas.

O Del Valle financia seu projeto com a formação de jogadores. Assim, conseguiu ser vice-campeão da Libertadores em 2016 e foi campeão da Sul-Americana em 2019. A ideia de ter um time formador não passa só pela manutenção na captação de jogadores que possam render grana ao clube, mas também por ter um mesmo modelo de jogo que segue os mesmos princípios: construção de jogo, posse de bola, protagonismo e velocidade.


FICHA TÉCNICA

SÃO PAULO x INDEPENDIENTE DEL VALLE
Competição: Copa Sul-Americana
Data e hora: 1º de outubro de 2022 (sábado), às 17h (horário de Brasília)
Local: Estádio Mário Kempes, em Córdoba
Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Auxiliares: Alexander Guzmán (COL) e Wilmar Navarro (COL).
VAR: Julio Bascuñán (CHI)

SÃO PAULO: Felipe Alves; Igor Vinícius, Diego Costa, Léo e Reinaldo; Pablo Maia, Rodrigo Nestor, Alisson e Patrick; Luciano e Calleri. Técnico: Rogério Ceni

INDEPENDIENTE DEL VALLE: Ramirez; Carabajal, Schunke e Segovia; Vargas, Minda, Pellerano, Faravelli e Chavez; Sornoza e Angulo (Lautaro Díaz). Técnico: Martín Anselmi.

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