Topo

Como Real se preparou para o fim do ciclo de elenco que marcou história

Ferland Mendy, Aurélien Tchouaméni e Vinicius Junior foram contratações visando renovação no elenco do Real Madrid - Quality Sport Images/Getty Images
Ferland Mendy, Aurélien Tchouaméni e Vinicius Junior foram contratações visando renovação no elenco do Real Madrid Imagem: Quality Sport Images/Getty Images

Do UOL, em São Paulo (SP)

24/08/2022 04h00

No mundo do futebol existe a expressão: "Em time que está ganhando não se mexe". O Real Madrid fez isso durante alguns anos e, no período, conseguiu conquistar três Liga dos Campeões (2015-16, 2016-17, 2017-18) sob o comando de Zinedine Zidane e o brilho de Cristiano Ronaldo.

Mas todo ciclo vencedor tem seu fim e precisa ser renovado. Foi o que o Real fez, mas sem mudanças drásticas. A ideia foi contratar jovens jogadores para deixar o elenco mais jovem para colher os frutos no futuro —tanto é que Modric e Kroos são jogadores experientes, mas que seguem até hoje na equipe.

Após os três títulos na era Zidane, o Real vendeu Cristiano Ronaldo por 100 milhões de euros para a Juventus em 2018. A reposição para a temporada foi Eden Hazard, que até hoje não conseguiu demonstrar o mesmo futebol que um dia jogou no Chelsea.

Junto com o belga chegaram o atacante Luka Jovic (ex-Eintracht Frankfurt), o zagueiro Eder Militão (ex-Porto), o atacante Rodrygo (ex-Santos) e o lateral esquerdo Ferland Mendy (ex-Lyon). Todos eram atletas muito jovens e com potencial muito grande —entre todos esses, apenas Jovic não conseguiu se firmar e hoje atua na Fiorentina.

O elenco que conquistou a Liga dos Campeões na última temporada só teve duas contratações: David Alaba, que estava no Bayern de Munique, e Eduardo Camavinga, na ocasião com 18 anos, contratado junto ao Rennes por 31 milhões de euros (importante nos jogos em que entrou na Champions).

Carlo Ancelotti conseguiu balancear a forte espinha dorsal que conquistou diversos títulos com a maioria dos jovens que foram crescendo de produção, como Vinicius Junior —contratado em 2017, e que alcançou seu auge técnico no último ano.

A bola da vez é Casemiro. De acordo com a imprensa europeia, a venda do meio-campista para o Manchester United vai render ao Real 60 milhões de euros (R$ 312 milhões), que podem chegar a 70 milhões de euros caso Casemiro cumpra metas estipuladas em seu contrato.

O brasileiro está com 30 anos, e para essa temporada o clube merengue contratou Aurélien Tchouaméni, também jogador de meio-campo de 22 anos que se destacou no Mônaco e já é uma realidade —ele custou 80 milhões de euros.

Tanto Casemiro quanto Real foram beneficiados nessa transferência. O brasileiro queria viver novos desafios, e o Real conseguiu um dinheiro muito alto por um jogador com uma idade mais avançada.

Fato é que o Real Madrid viu Sergio Ramos, Pepe, Marcelo, Casemiro, Bale e Cristiano Ronaldo deixarem o clube, mas não se abalou. Foi ao mercado atrás de promessas que poderiam virar realidades em pouco tempo e suprirem a ausência dos grandes nomes que foram envelhecendo com o tempo.