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Cartão Vermelho

Programa de Juca Kfouri e José Trajano no Canal UOL


OPINIÃO

Trajano: Abel Braga deveria ser como Ferguson, não sair nunca do Fluminense

Do UOL, em São Paulo

08/03/2022 17h40

O Fluminense joga amanhã (9) diante do Olimpia, do Paraguai, pela terceira fase da Libertadores, em busca da vaga na fase de grupos da competição e está embalado por 11 vitórias consecutivas sob o comando do técnico Abel Braga, que garantiu a conquista da Taça Guanabara com uma rodada de antecedência.

Na estreia do programa Cartão Vermelho #1, no Canal UOL, José Trajano e Juca Kfouri falam sobre a identificação que ambos tiveram com o Fluminense na infância, além de analisarem a dificuldade do confronto e o momento do Tricolor das Laranjeiras, com Trajano defendendo que Abel Braga deveria ser como Alex Ferguson no Manchester United.

"O grande momento do Fluminense, o grande valor desse momento do time dirigido pelo Abel, que eu acho que nasceu para ser técnico do Fluminense, não devia sair nunca do Fluminense, assim como Alex Ferguson, que ficou 20 e tantos anos, eu acho que o Abel deveria dirigir o time durante muitos anos e se aposentar, ele que foi zagueiro do Fluminense", diz Trajano.

Ele elogia a forma como foi a recuperação de Paulo Henrique Ganso, além de destacar a mescla de jogadores jovens com os mais veteranos como Felipe Melo, Willian Bigode, Fred e o goleiro Fábio.

"A recuperação do Ganso é o que mais me encanta, o Ganso deu um passe durante o jogo e o time mesclado, com bons jogadores jovens e uma velharia lá, os mais rodados, que estão dando um gás legal para o Fluminense, o Fluminense tem o Willian Bigode, tem o Felipe Melo, tem o Cano, tem o Fred, tem o Fábio, goleiro, está dando certo. Apesar de o Olimpia ser osso duro de roer, o Fluminense é o favorito para mim, está invicto há um tempão e é muito legal, a torcida está satisfeita", diz Trajano.

Trajano foi torcedor do Flu antes do América

Ele explica que, antes de torcer pelo América, foi torcedor do Fluminense na infância depois de conhecer um dos jogadores tricampeões cariocas pelo clube nos anos de 1917, 1918 e 1919, o meio-campista Laís.

"Eu tinha um tio muito rico e ele tinha um grande amigo dele chamado Laís que tinha sido tricampeão no primeiro tricampeonato pelo Fluminense, o primeiro tricampeonato. Quando tinha festa na casa desse meu tio, o Laís levava um monte de escudinhos, hoje em dia é pin, com o escudo do Fluminense, que são cores lindas, grená, verde e branco", conta Trajano.

"Eu ganhei um maravilhoso, lindo, fiquei orgulhoso, coloquei na camiseta e não queria tirar mais nem para tomar banho. Mas aí quando fui morar quase em frente ao América, eu tirei fora esse escudo, não cheguei a me apaixonar pelo Fluminense, mas eu vi durante uns dois anos, tinha entre 7 e 8 anos, vi o Fluminense, torcia pelo Fluminense, via com enorme paixão, mas aí foi logo sepultada pela paixão americana", completa.

Juca emocionou Castilho ao revelar história de infância

Já Juca Kfouri conta a forma como ele conheceu o time do Fluminense ainda na infância, quando foi à Bahia para tratar de uma doença e emocionou Castilho, ídolo tricolor, ao revelar a história anos depois em uma entrevista com ele e Telê Santana.

"Eu tive uma tuberculose ganglionar aos 6 anos e fui tratar na casa de um tio que era médico em Ilhéus, meu tio Pacheco. Eu já estava sem febre e ele disse 'o Fluminense vem jogar em Itabuna e eu vou te levar'. Fiquei na maior alegria, nunca tinha ido a um estádio. Dois dias depois, a febre voltou. Ele disse 'infelizmente não vamos poder ir ao futebol no domingo'. Eu fiquei para me acabar, ele percebeu e disse 'vou te fazer uma surpresa'. No domingo de manhã eles me acordam e falam 'vem para a sala'. Eu chego na sala e tem um monte de homens, adultos, era o time do Fluminense. Eu fui para o colo do Castilho, do Telê Santana?", conta Juca.

"Anos depois eu fui entrevistar o Telê e o Castilho, o Telê sabia dessa história e o Castilho não e eu perguntei ao Castilho 'vocês costumavam ir fazer visitas em hospitais'? Ele disse 'não, era pouco frequente, mas teve um caso de um menino paulista que a gente foi ver. Aquele menino deve ter morrido, estava muito fraquinho'. Eu olhei para ele e falei 'não, Castilho, aquele menino sou eu'. Ele levantou, caiu o fio do microfone, começou a chorar, tive que pedir intervalo de tão bonita que foi a cena", conclui.

O Cartão Vermelho vai ao ar todas as terças-feiras, ao vivo, às 15h, no Canal UOL, no Youtube do UOL Esporte e nas redes sociais, além de também ficar disponível nas principais plataformas de podcast.