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Herói argentino viveu "geladeira" de 8 anos e estreou na seleção há um mês

Emiliano Martínez defende pênalti pela Argentina em disputa com a Colômbia pela semi da Copa América - Pedro Vilela/Getty Images
Emiliano Martínez defende pênalti pela Argentina em disputa com a Colômbia pela semi da Copa América Imagem: Pedro Vilela/Getty Images

Marinho Saldanha

Do UOL, em Brasília (DF)

07/07/2021 11h33

Seria fácil apontar Messi como possível herói da Argentina na semifinal da Copa América. Alguém poderia pensar em Lautaro Martínez, Di María ou até Aguero. Poucos apontariam quem de fato foi: Emiliano Martínez. O goleiro de 28 anos pegou três pênaltis e levou a equipe de Lionel Scaloni à final, contrariando tudo que já aconteceu em sua história.

A carreira de Martínez não é a mais gloriosa do futebol. Ele trocou a base do Independiente, da Argentina, pelo Arsenal, da Inglaterra com apenas 17 anos. Mas nunca foi realmente aposta da equipe. Logo de cara foi emprestado ao Oxford United, onde debutou no profissional em 2012.

Em seguida vieram novos períodos cedido para Sheffield United, Rotherham United, Wolverhampton, Getafe e Reading, intercalados com regressos ao Arsenal e poucos jogos.

Os Gunners só foram dar realmente uma sequência para ele na temporada 2019/2020, quando fez 23 partidas. Mas acabou sendo a última, pois na temporada seguinte foi vendido ao Aston Villa por 17 milhões de libras (R$ 121,9 milhões na cotação atual). Por lá, porém, se consolidou e disputou 38 rodadas da Premier League, terminando 15 delas sem sofrer gols.

"Geladeira de oito anos"

Pela seleção argentina, Martínez carrega histórico de base. Disputou, por exemplo, o Mundial Sub-17 de 2009, o Sul-Americano Sub-19 do mesmo ano e o Mundial Sub-20 de 2011.

E no mesmo ano do Mundial Sub-20 veio o primeiro chamado para seleção principal, em um amistoso. Mas mal sabia ele que oito anos se passariam sem nova chance. Depois de 2011, ele só voltou a ser lembrado em 2019, e ainda assim não jogou.

A estreia pela seleção principal ocorreu há pouco mais de um mês. O debut veio contra o Chile, pelas Eliminatórias para próxima Copa do Mundo. Este foi apenas o sétimo jogo dele pela equipe de Scaloni.

"Estamos contentes pelo rendimento dele, não só nos pênaltis, mas porque passa segurança para o grupo. Todos os goleiros se apoiam muito, isso nos deixa muito contentes", disse o treinador.

"Jogo mental" nos pênaltis

Foi nos pênaltis que Martínez brilhou, mas não só com as defesas que fez, mas no "jogo mental". A cada defesa, um diálogo com o batedor. Depois de provocar Sánchez com um pedido de "desculpas", a Yerry Mina ele repetiu várias vezes "estás nervoso, estás nervoso". E ainda completou com "eu já te conheço", pois ambos atuam no futebol inglês. E além deles, defendeu ainda o de Cardona, fechando a conta.

"Somos o único time que não furou a bolha (sanitária da Conmebol). Não tenho palavras. Estamos concentrados há 40 dias, não vemos ninguém. Estamos aqui por um sonho. Eu digo isso desde o primeiro dia: nada melhor que uma final contra o Brasil no seu campo", finalizou.