Clubes do interior de São Paulo comemoram retorno do Campeonato Paulista
Após 26 dias, a Federação Paulista de Futebol (FPF) anunciou o retorno do Campeonato Paulista com jogos já neste sábado (10). Enquanto o anúncio não saía, a apreensão e expectativa tomaram conta de jogadores e clubes do interior do Estado de São Paulo.
Depois de ficar mais de três meses sem partidas e até sem poder treinar durante o ano de 2020, o medo de que essa paralisação fosse estendida por mais de um mês era corrente. Como a interrupção no ano passado aconteceu na reta final dos Estaduais, times menores sofreram muito, uma vez que na maioria das vezes contratam atletas somente para a disputa dos torneios regionais. Assim, jogadores ficaram sem contrato e desamparados muitas vezes. Por isso, agora, mesmo que de forma contida, os clubes comemoram a volta do Paulistão.
"Estávamos esperando esse anúncio desde a semana passada. Com a retomada do campeonato, terminando na data prevista, não vamos ter muitos problemas, já que os contratos vão terminar junto com o fim do campeonato. Já estamos adaptados à realidade da pandemia, e nossas contas estão sanadas", assegurou Edson Antonio Ermenegildo, presidente do Mirassol.
Surpresa na retomada do futebol no ano passado, quando eliminou o São Paulo do Paulistão, ao vencer o Tricolor no Morumbi, o Mirassol espera repetir a campanha de 2020.
"O futebol não é previsível, mas temos uma equipe competitiva e esperamos fazer uma boa campanha no restante do campeonato", resumiu o mandatário do Mirassol.
A paralisação de 2020 causou traumas nos clubes menores e nos jogadores de centros ou times com menos visibilidade. Alguns clubes optaram por reduzir os salários enquanto os jogadores estavam em casa. Quando voltaram a treinar, os salários aumentaram um pouco. E quando voltaram a jogar, houve novo reajuste.
"O retorno do Paulista é muito importante. Nosso maior objetivo é a manutenção na Série A1. O Paulista é um campeonato esperado o ano inteiro. A gente sabe que é um campeonato que tem muita visibilidade, nacional e internacional, e logicamente [vamos aproveitar para] colocar os jogadores na vitrine. O maior patrimônio do clube é o atleta. E esperamos que a gente consiga fazer alguns negócios", revelou Márcio Granada, CEO do São Caetano, clube que tem lutado nos últimos anos contra uma grave crise financeira.
Entre os atletas a apreensão pela volta do Paulistão também era alta. Isso porque a grande maioria não quer que os torneios sejam interrompidos. O motivo: temem ficar mais uma vez sem salários, acentuando ainda mais o aperto nas finanças, já que muitos deles ainda estão recebendo em parcelas os vencimentos de 2020, que foram suspensos, na maioria das vezes, à revelia.
A única vantagem desta paralisação foi em relação ao condicionamento físico dos jogadores. Como os treinos não foram impedidos de acontecer, só os jogos, os atletas puderam recuperar a forma física, tratar lesões e ter uma preparação mais adequada para a maratona de jogos que deve acontecer daqui até o fim do torneio.
"Difícil nesse momento dizer o que é certo ou errado. Mas somos uma atividade econômica e, segundo os médicos, temos um protocolo que é dos mais seguros. Perto de outras atividades, como por exemplo, o transporte público, que não tem nenhum", justificou Almir Laurindo, presidente do São Bento.
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