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Torcedor, Igor Gomes perdeu São Paulo na Libertadores para fazer peneira

Igor Gomes celebra gol pelo São Paulo contra o Atlético-MG - Marcello Zambrana/AGIF
Igor Gomes celebra gol pelo São Paulo contra o Atlético-MG Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

21/12/2020 04h00

Torcedor do São Paulo desde pequeno, Igor Gomes tem uma lembrança inesquecível da infância tricolor. Aos dez anos de idade, em abril de 2009, deixou de ver jogo contra o América de Cali, pela fase de grupos da Libertadores, no Morumbi, por causa da peneira que fez no próprio clube.

Natural de São José do Rio Preto, no interior do estado, o então garoto não pôde acompanhar à vitória da equipe por 2 a 1 sobre o time colombiano, em jogo disputado em 22 de abril de 2009, porque faria um teste em Cotia na manhã seguinte. O episódio segue fresco na memória do meio-campista de 21 anos, que relembra o caso em entrevista ao UOL Esporte.

"A minha família é do interior, então não era simples estar presente com frequência nos jogos no Morumbi. Mas meu pai sempre foi um torcedor apaixonado e me passou esse legado de torcer para o São Paulo, algo que sempre me deixou orgulhoso, por saber da história e da grandeza do clube. Lembro muito de um jogo contra o América de Cali, pela Libertadores de 2009. Eu estava fazendo teste para jogar pelo clube e precisava dormir cedo por causa da peneira logo cedo na manhã seguinte, então só consegui ver o primeiro tempo e depois fui obrigado a ir dormir. Fiquei bravo, mas felizmente o time venceu o jogo", citou o jogador.

Igor Gomes tem outra partida inesquecível do clube do coração quando criança. A vitória por 3 a 2 sobre o Santos, no Campeonato Paulista de 2012, não sai da memória do atleta de 21 anos.

"Outro jogo que tenho na memória foi uma vitória por 3 a 2 sobre o Santos, com o Lucas e o Neymar em campo. Ser são-paulino e hoje poder defender meu clube de coração me dá muito orgulho", relembrou.

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O clássico lembrado pelo jovem foi jogado no ano do último título conquistado pelo Tricolor paulista. Naquela temporada, o clube venceu a Copa Sul-Americana. Oito anos mais tarde, o time se vê em condições de erguer novamente uma taça, já que lidera o Campeonato Brasileiro e está nas semifinais da Copa do Brasil. Agora em campo, Igor Gomes se anima com a chance de encerrar o jejum.

"Estamos trabalhando muito forte para sempre levar o São Paulo novamente aos títulos. Entramos na reta decisiva tanto na Copa do Brasil, com as duas partidas contra o Grêmio, e do próprio Brasileiro. É um momento onde precisamos estar muito atentos para evitar qualquer tipo de vacilo. Para fazer história aqui o foco vai seguir 100%. Não tem outra receita. O grupo todo está com esse pensamento. Se vamos ou não quebrar esse jejum será consequência do nosso trabalho. Estamos nos dedicando muito para chegar aos dois objetivos. Acreditamos no trabalho do Diniz e no que produzimos em cada partida. E em caso de título só vai coroar o grande trabalho que o Diniz desenvolve aqui desde que chegou", avaliou.

Igor fez gols importantes em 2020, sobretudo nas vitórias sobre Goiás (duas vezes) e Atlético-MG. Em todos os duelos, marcou em finalizações de longa distância, o que tem se tornado sua marca registrada.

"É um tipo de lance que sempre gostei e que tenho como uma das minhas principais características. Estou feliz por evoluir neste quesito, mas sei que ainda posso crescer mais. Vejo que grandes jogadores da minha posição são bastante eficientes na finalização de fora da área e procuro sempre treinar bastante para aprimorar esse tipo de jogada, algo que o Diniz sempre me orienta e incentiva a fazer durante os jogos e treinamentos", completou Igor Gomes.

Em entrevista ao UOL Esporte, o garoto de 21 anos falou ainda sobre as semelhanças com Kaká, ídolo são-paulino, a idolatria por Zinedine Zidane e a participação de Fernando Diniz no cotidiano do clube.

Semelhanças com Kaká

"O Kaká é uma referência para qualquer jogador, principalmente para quem se forma no São Paulo. É um ídolo, e procuro me espelhar nele não só como atleta, com todas as premiações coletivas e individuais que conquistou, mas também como pessoa. Não me vejo como um novo Kaká. Dentro de campo procuro desenvolver o meu estilo de jogo e usar minhas características para que, com muito trabalho e dedicação, eu escreva a minha história".

Ídolo no futebol

"O Zidane [é meu ídolo], porque é da minha posição, e o melhor que vi jogar até aqui, além da imagem de uma boa pessoa, que é algo que prezo bastante. O outro é o Ronaldo Fenômeno, porque cresci vendo ele jogar, assim como o Zidane. É uma pessoa muito simples, um dos melhores de todos os tempos".

Atuação de Diniz com o elenco

"O Diniz é um cara muito próximo não só de mim como de todos os jogadores. Ele está sempre em contato, não só para falar sobre os planos de jogo, mas também de vida e carreira. É uma pessoa extraordinária e que visa sempre o nosso bem. Um fato que me marcou muito foi quando ele falou que tínhamos que encarar o jogo como algo prazeroso, não só como uma grande responsabilidade, que assim o meu jogo iria fluir ainda mais. Essa e tantas outras conversas que tivemos me ajudaram bastante a reencontrar a minha regularidade na temporada".

Destaque na atual temporada

"Eu não diria que 2020 foi o meu melhor ano, mas sim que foi primordial para a minha carreira, pois até aqui foi um ano de muito aprendizado e evolução. Essa foi uma temporada totalmente atípica, com jogadores e clubes sofrendo com a pandemia. Eu sempre trabalho muito para crescer na carreira e melhorar com o passar dos anos e espero seguir com essa evolução".

Período de reserva no São Paulo

"Encarei aquele momento com naturalidade, uma opção do Diniz que respeitei e que me serviu como aprendizado. O São Paulo tem um elenco com muitos jogadores qualificados, e essa situação pode acontecer com qualquer um, por isso temos que manter sempre a regularidade. Segui trabalhando forte como sempre fiz, pois sabia que se continuasse me dedicando viria uma nova oportunidade, e quando aconteceu entrei e pude aproveitar".

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