Herói do Liverpool vem de família de jogadores e fugiu de queda na Alemanha
A situação do técnico Jürgen Klopp antes da partida Liverpool x Barcelona, válida pelas semifinais da Liga dos Campeões da Europa, estava longe de ser confortável. Depois de perder o confronto de ida no Camp Nou por 3 a 0, a equipe vermelha precisava virar o jogo em Anfield Road para buscar uma vaga na final. Pior: do trio de ataque titular, perdeu Mohamed Salah e Roberto Firmino por lesão. Missão impossível?
Não para o Liverpool de Klopp. No ataque, o técnico alemão escalou um trio formado por Xherdan Shaqiri, Divock Origi e Sadio Mané para tentar vencer o Barça. E foi graças a uma atuação inspirada do time - especialmente do belga, autor de dois gols - que os ingleses venceram por 4 a 0.
Segundo dados do site ZeroZero, Divock Origi não marcava dois gols em um mesmo jogo desde 10 de abril de 2016, quando o Liverpool venceu o Stoke City pelo Campeonato Inglês por 4 a 1. Alberto Moreno e Daniel Sturridge completaram o marcador na ocasião, enquanto Bojan Krkic fez o do Stoke. Mas sua carreira pode ser contada por outros fatos anteriores à apresentação de ontem em Anfield.
Pai, tios e primo no futebol
Nascido na cidade de Ostend (Bélgica) em 18 de abril de 1995, Divock Origi cresceu a quase 200 km dali, em Houthalen-Helchteren. Quando o garoto veio ao mundo, seu pai, o queniano Mike Origi, defendia o KV Oosteende, que na temporada 1994/1995 foi rebaixado da primeira divisão belga.
A partir de 1996, a família passou a se mudar em decorrência das transferências de Mike Origi. Entre 1996 e 1998, o então atacante defendeu o KRC Harelbeke; depois passou por Genk (1998 a 2002), Molenbeek (2002), Heusden-Zolder (2002 a 2004), Tongeren (2004 a 2006) e Cobox 76 (2006 a 2007). No Genk, conquistou os melhores resultados da carreira, vencendo o Campeonato Belga em 1999 e a Copa da Bélgica em 2000.
Na família, no entanto, Mike Origi não foi o único jogador. Seu irmão mais velho Austin era zagueiro e, assim como ele, chegou à seleção queniana. Os mais novos também atuaram em clubes do país africano: Anthony Origi jogou no Kenya Breweries e Gerald Origi vestiu a camisa do Utalii FC. Arnold, filho de Austin e sobrinho de Mike, é goleiro com passagens pela seleção queniana.
Chegada discreta ao Liverpool e gol em Copa do Mundo
Sem surpresas, Divock Origi também virou jogador. Na juventude, defendeu justamente as categorias de base do Genk. Em 2010, chegou ao Lille (França), no qual se profissionalizou. Ali atuaria até 2014, quando foi levado para o Liverpool por 10 milhões de libras.
Entretanto, apesar do acerto, Origi foi imediatamente emprestado ao próprio Lille, no qual atuou também ao longo da temporada 2014/2015. Embora não fosse aproveitado no novo clube, ainda em 2014, foi eleito a revelação do esporte belga no ano - prêmio que já foi dado a nomes como Kim Clijsters (1998), Kirsten Flipkens (2003) e Romelu Lukaku (2009).
No mesmo ano, foi convocado para disputar a Copa do Mundo pela Bélgica, apesar do interesse demonstrado pela seleção do Quênia. Inicialmente reserva, fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre a Rússia na fase de grupos e virou titular a partir da vitória por 2 a 1 sobre os Estados Unidos nas oitavas de final. Os belgas caíram nas quartas diante da Argentina.
No Alemão, gol em jogo decisivo contra o rebaixamento
Nos anos seguintes, Divock Origi foi vice-campeão da Liga Europa 2015/2016 com o Liverpool (perdeu a final para o Sevilla por 3 a 1) e disputou a Euro 2016 com a Bélgica (o time caiu nas quartas diante do País de Gales). Na temporada 2017/2018, foi emprestado pelo Liverpool ao Wolfsburg, que brigou contra o rebaixamento no Campeonato Alemão.
Nos playoffs que definiram sua permanência na elite local, o Wolfsburg venceu seus dois jogos contra o Holstein Kiel: 3 a 1 em casa e 1 a 0 fora. Na primeira partida, coube a Origi abrir o placar. Na temporada 2018/2019, retornou ao Liverpool.
Agora no time inglês, Origi volta a disputar uma final continental - mas da Liga dos Campeões. E mesmo tendo sido decisivo na vitória por 4 a 0 sobre o Barcelona, preferiu creditar o resultado à atuação coletiva dos comandados de Jürgen Klopp.
"Nós jogamos bem, lutamos, sabíamos que seria uma noite especial. Queríamos lutar. É muito especial", disse o belga na saída do gramado, segundo a transmissão oficial.
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