Messi diz à Justiça que 'não sabia de nada' em acusação de fraude fiscal
Lionel Messi declarou nesta quinta-feira à Justiça da Espanha que desconhecia as operações fiscais feitas em sua empresa. O jogador do Barcelona é acusado de sonegação fiscal, deixando de recolher 4,1 milhões de euros ao fisco entre 2007 e 2009.
Em depoimento, Messi informa que deixava os serviços fiscais de sua empresa nas mãos do pai, Jorge Horacio Messi.
Em virtude das fraudes fiscais, a Justiça espanhola pediu a prisão de Messi por 22 meses e 15 dias. Em caso de condenação, Messi e o pai dificilmente seriam detidos porque na Espanha as penas inferiores a dois anos não são aplicadas quando não existem antecedentes judiciais.
Messi chegou à Audiência em Barcelona nesta quinta de manhã acompanhado do irmão Pepe Costa.
“Nunca perguntei ao meu pai sobre esses temas [tributos]. A verdade é a que meu pai contou antes. Eu confiava nele e nos advogados, não tinha mínima ideia. Eu me dedicava a jogar futebol”, disse Messi, segundo informou o jornal As.
Messi foi interrogado sobre a presença de uma sociedade com empresa sediada no Uruguai e que funcionaria para driblar tributos. O craque aparece como sócio.
O jogador reforçou que agia conforme determinação do pai, sem tomar conhecimento do que de fato ocorria na empresa.
“Eu não sabia que era sócio e um dos controladores dessa sociedade. Eu firmava acordos porque era o que me pediam e eu confiava nele [no pai]. Eu só sabia que eram firmados acordos com patrocinadores e que tinha que fazer anúncios e fotos”.
Entenda o caso
A investigação judicial nas contas da família Messi começou em 2013. Em 2005, a família do jogador, que ainda era adolescente, foi aconselhada por seu ex-assessor Rodolfo Schinocca, a fundar uma empresa em Belize para o depósito do dinheiro relativo aos direitos de imagem do atleta.
Dois anos depois, a família rompeu relações com Schinocca, a quem acusaram de fraude, e substituíram a empresa em Belize por outra no Uruguai, onde seguiu recebendo os direitos de imagem sem pagar os impostos à Fazenda espanhola.
Sobre a empresa aberta no começo da carreira há 10 anos, Messi disse que "faz muito tempo" e que não tinha conhecimento do real funcionamento da empresa.
O procurador considera que o jogador teria evadido 4,16 milhões de euros de contratos assinados com Danone, adidas, Pepsi ou Procter&Gamble entre 2007 e 2009 por meio das empresas offshore.
Os advogados denunciaram uma pressão da agência tributária espanhola e tentam desvincular o atleta da gestão de sua fortuna.
O promotor que iniciou o processo em 2013 aceitou a versão de que Messi não lidava com as questões financeiras e pede apenas uma condenação contra seu pai, a quem atribui "um papel decisório e decisivo" no "mecanismo defraudador".
O jogador já devolveu quase cinco milhões de euros ao fisco, correspondentes a sua suposta evasão e juros.
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