Goleiro suíço diz que Brasil é mais do que Neymar: jogam nas melhores Ligas
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Neymar pode até ser apontado como uma das estrelas que podem decidir na Copa do Mundo do Qatar, mas nem por isso a ausência do camisa 10 da seleção brasileira traz alívio à Suíça. Para Yann Sommer, goleiro titular da equipe europeia que enfrenta o Brasil nesta segunda-feira (28), pela segunda rodada do Grupo G, o time comandado por Tite tem outros importantes jogadores que precisam de atenção.
"Neymar pode, sim, fazer a diferença, mas acho que não [o único que pode decidir]. A seleção brasileira tem muito bons jogadores que jogam nas melhores Ligas da Europa", comentou Sommer, 33 anos, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, ainda em setembro na Alemanha, onde o camisa 1 defende o Borussia Mönchengladbach.
Sommer ainda saiu em defesa da principal estrela do Brasil ao ser questionado sobre a imagem negativa que Neymar tem na Alemanha pelo estilo de vida badalado e a fama de simular faltas e ser dramático em campo. "É difícil estar sempre sob holofotes, lidar com isso. Sempre haverá pessoas que não gostam de você. Já joguei algumas vezes contra ele, é um jogador muito difícil de controlar. E isso será o nosso foco: controlar os jogadores brasileiros", completou.
Para realizar o bate-papo exclusivo com o goleiro que defende a Suíça pela terceira Copa consecutiva, a reportagem do UOL Esporte enfrentou uma viagem entre Berlim e Mönchengladbach que durou cerca de seis horas (foram dois trens e um ônibus), além de um suspense de dias para ter confirmada a entrevista realizada numa segunda-feira bem cedo, com temperaturas arábias regendo na cidade que o encontro ocorreu.
Goleiro estrangeiro com maior número de jogos na Bundesliga (272) — superou o sueco Ronnie Hellström — Sommer tem, inclusive, apreço pelo futebol brasileiro. Tanto que apontou um tetracampeão mundial pela seleção canarinho com um dos seus ídolos.
"[Gostava de ver] Como goleiro, Taffarel e Dida, mas também Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Kaká, Romário, craques que você gosta de assistir, mesmo sendo goleiro. São lendas do futebol", disse o suíço, que é apontado como o segundo melhor goleiro da Alemanha, atrás apenas de Manuel Neuer, segundo analistas exportivos do país.
Nada de reprise
Assim como ocorreu em 2018, Brasil, Suíça e Sérvia estão se reencontrado no Mundial do Qatar. Naquela edição na Rússia, brasileiros e suíços ficaram no empate por 1 a 1, e Yann Sommer esteve em campo e, inclusive, foi eleito o melhor jogador da partida. Apesar da coincidência da tabela, o goleiro rechaça a possibilidade de um confronto de desempate, tanto que reforça a mudança do elenco das equipes, visto que Philippe Coutinho, autor do gol brasileiro naquele duelo, sequer foi convocado por Tite - o meia-atacante sofreu lesão muscular na coxa às vésperas da Copa.
"Estou muito animado em disputar o torneio com a Suíça. Jogamos contra equipes que já conhecemos [Brasil e Sérvia]. A seleção brasileira é uma equipe de alta capacidade, tem muitos craques e nós gostamos de jogar contra esses times grandes. É sempre um desafio. Sabemos do que somos capazes e se tivermos num dia bom, podemos mostrar que podemos irritar grandes equipes (...) A equipe [do Brasil] já é outra. Não faz sentido [se apegar a jogos passados]. O que nós vemos são jogos recentes, além de conhecermos, de muitas [seleções], o estilo do jogo. O fator decisivo será como iremos topar o desafio", analisou.
"Meu primeiro objetivo é chegar às quartas de final. Com Brasil, Sérvia e Camarões, temos um grupo forte. Queremos avançar às quartas e depois traçamos novos objetivos", acrescentou.
Outros trechos de entrevista exclusiva de Yann Sommer:
Costumes de política no Qatar:
"É um tema muito sensível. Como jogador você fica dividido e não quer deixar a sua equipe e seus país na mão. Eu sou um atleta de equipe. Refleti muito sobre a situação relacionada aos direitos humanos, existem várias coisas que não são legais que acontecem no Qatar."
Bagagem da Suíça no futebol:
"Será decisivo o quesito de prática de jogo. Temos uma equipe muito experiente que traz bagagem atuando grandes Ligas. Tecnicamente apresentamos perigo no ataque."
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