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Aubameyang esnobou três seleções campeãs mundiais antes de virar estrela

Aubameyang na Olimpíada de Londres: ele poderia defender França, Espanha ou Itália - REUTERS/Nigel Roddis
Aubameyang na Olimpíada de Londres: ele poderia defender França, Espanha ou Itália Imagem: REUTERS/Nigel Roddis

Do UOL, em São Paulo

18/10/2016 06h00

Imagine que você é um jovem jogador de futebol que nasceu na França, cresceu na Itália e tem uma mãe espanhola. Qual das seleções campeões mundiais você escolheria para defender? Um dos jogadores mais falados do futebol europeu no momento esnobou essas três opções.

Pierre-Emerick Aubameyang, atacante do Borussia Dortmund que atrai atenção de gigantes como Real Madrid e Manchester City, preferiu o Gabão. A escolha foi uma homenagem ao pai, o volante Pierre François Aubame Eyang (os dois sobrenomes foram unidos quando ele conseguiu a nacionalidade francesa), que jogou no futebol francês, foi um dos primeiros africanos no futebol da Colômbia (defendeu o Júnior de Barranquilla em 1996) e fez mais de 70 partidas pela seleção de seu país.

Aubameyang, do Dortmund - INA FASSBENDER/REUTERS - INA FASSBENDER/REUTERS
Imagem: INA FASSBENDER/REUTERS

O curioso é que Aubameyang, vice-artilheiro do Campeonato Alemão com seis gols, nunca morou no país. Ele nasceu em 1989, quando seu pai já morava na França e defendia o Levallois. A ligação com a Espanha vem da mãe, que nasceu no país, e a Itália entrou no cenário pelo pai, que chegou a jogar no Triestina, mas após o fim da carreira começou a trabalhar no país: em 2002, Pierre François virou olheiro do Milan e encaixou seus três filhos nas categorias de base do clube.

Os irmãos mais velhos, Catilina e Willy, chegaram aos profissionais do time italiano, mas não tiveram muitas chances. Foram emprestados e passaram mais tempo em divisões menores. Pierre-Emerick nem mesmo chegou ao primeiro time do Milan. Em 2007, foi o artilheiro de um campeonato na Malásia considerado o Mundial da categoria – na época, ele tinha 17 anos.

Já famoso, ele era considerado o “garoto dos pés quadrados” pelos treinadores – não era um elogio. Na equipe primavera do Milan, como é conhecido o time juvenil, ele jogava pouco. Segundo seu empresário, existia uma preferência pelos jogadores italianos. A saída, então, foi aceitar empréstimos na França. Primeiro ele jogou no Dijon – aos 18 anos, fez oito gols na segundona francesa e chamou atenção do Lille.

Por lá, Aubameyang era reserva em um elenco que contava com Eden Hazard e Yohan Cabaye. Foi nessa época, também, que veio a decisão de que seleção escolher. Ele chegou a jogar pela França Sub-21, mas quando chegou o convite para defender o time principal do Gabão, ~ele aceitou. Afinal, ele não parecia ter muito futuro no clube com que tinha contrato, o Milan, e era reserva na equipe em que estava emprestado, o Lille.

Aubameyang, do Saint-Étienne - AFP PHOTO/DAMIEN MEYER - AFP PHOTO/DAMIEN MEYER
Pelo Saint-Étienne, pirueta para comemorar gol no Campeonato Francês
Imagem: AFP PHOTO/DAMIEN MEYER

O gabonês só virou estrela mesmo dois anos depois. Ele chegou ao St. Ettienne em 2011 e, em 2012, fez o suficiente para convencer o clube verde e branco a compra-lo por 1,8 milhão de euros. Auba respondeu a confiança com 41 gols em 97 jogos. Foi seu bom desempenho por lá que chamou atenção do Borussia Dortmund, que pagou 13 milhões pelo jogador.

Hoje, o jogador de 27 anos e 1,87m é um dos mais respeitados, seja na Europa ou na África – ele foi eleito o melhor do continente em 2015. Unindo força e velocidade, ele já marcou 88 gols pelo Dortmund e parece estar de saída. O Real Madrid monitora o atacante de perto e a diretoria do Borussia já admite vendê-lo aos espanhóis. O Manchester City do técnico Pep Guardiola também teria interesse. O preço? Jornais alemães já falaram em propostas de 90 milhões de euros por ele.

Para a torcida do Dortmund, resta torcer enquanto Aubameyang está por lá. O jogador é o grande destaque do time de Thomas Tuchel para o duelo desta terça-feira pela Liga dos Campeões contra o Sporting, em Portugal. A partida está marcada para 16h45 (de Brasília).