Corinthians "ideal" não funciona e Carille sofre pressão para mexer no time
Fábio Carille mostrou confiança em relação ao time titular do Corinthians que entraria em campo contra a Ponte Preta. Na declaração dada na coletiva de imprensa dois dias antes do confronto, o treinador argumentou e citou até números da formação invicta para justificar a escalação de atletas em má fase.
A derrota por 1 a 0 em Campinas no último domingo, porém, ajudou a aumentar a desconfiança sobre a equipe ideal de Carille, que permaneceu 12 jogos sem vencer durante a temporada e brilhou nas campanhas do título estadual e do primeiro turno do Campeonato Brasileirão. Diante da Ponte, assim, os argumentos de Carille não foram justificados.
Ao explicar a decisão, Carille lembrou da invencibilidade e até do desempenho defensivo. "Muitas vezes você cria uma estratégia de jogo, a gente se apega a números, é uma equipe que não perdeu ainda, essa linha defensiva jogou 23 jogos, em 16 não levou gols", disse Carille
"Eu já falei várias vezes aqui, não mudo o sistema, mudo características dos jogadores. O Marquinhos fez um bom jogo sim, mas é em função do que analisamos da Ponte. É uma decisão minha conversando com os auxiliares, achamos melhor colocar em campo a formação que nunca perdeu", completou o treinador no último sábado.
Durante o primeiro tempo do duelo disputado no Moisés Lucarelli, o Corinthians teve Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel e Maycon; Jadson, Rodriguinho e Romero; Jô. Com essa formação, o líder do Brasileirão adotou uma postura mais defensiva, à espera da Ponte Preta, e acabou sofrendo o gol de Lucca.
Na etapa final, Carille mexeu no time ao tirar o volante Gabriel para colocar o meia-atacante Clayson, que deu mais movimentação ao ataque. Depois, o treinador promoveu as entradas de Pedrinho e Kazim nas vagas de Romero e Maycon, respectivamente.
Carille sinaliza mudança
O bom rendimento de Clayson no segundo tempo fez Carille falar em mudanças no time. Apesar disso, o treinador voltou a usar o termo "estratégia" para o clássico com o Palmeiras no próximo domingo em Itaquera.
"Essa possibilidade existe. Estamos satisfeitos com ele e pode acontecer. Está merecendo, mas a gente tem estratégia. Quem decide o jogo são 14 jogadores: os 11 que iniciam e os três que entram em campo. Muitas vezes usamos ele numa peça que não funciona muito bem. Se a gente vira o jogo 0 a 0, poderia fazer a troca direta pelo Romero, mas como virou 1 a 0, decidi deixar o time mais ofensivo", disse Carille após a derrota para a Ponte.
Em meio à queda de rendimento individual, o Corinthians faz uma campanha de rebaixado no segundo turno, com 12 pontos conquistados em 12 jogos - o aproveitamento é de 33,3%. O ataque fez apenas oito gols e a defesa sofreu 11.
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