Palmeiras quer sair de "Real Madrid das Américas" para franco atirador
Os investimentos altos e a expectativa criada tornaram o Palmeiras o grande candidato a "bicho papão" da temporada, a ponto de ser comparado ao poderoso Real Madrid. Hoje, na reta final de 2017, o perfil incorporado é outro. A 13 pontos do líder Corinthians na briga pelo Campeonato Brasileiro, o clube alviverde assumiu um papel de "franco atirador", tanto internamente quanto publicamente.
A pressão surgiu como um dos principais empecilhos para o Palmeiras na temporada, segundo avaliação da própria comissão técnica. Jogadores, especialmente os mais jovens, sentiram a cobrança acima do comum para um grande clube. Vitórias simples não bastavam para o time.
"Eu nem estava no Palmeiras, mas o Palmeiras se autopressionou ao falar que tinha que ganhar tudo. Futebol não é assim. Por melhor que seja o elenco, se não der liga... Muitos jogadores sentem esta pressão, e vivemos com ela até hoje", declarou o técnico Cuca depois da vitória da última segunda.
O panorama traçado por Cuca, que chegou no meio da temporada, é reforçado por quem iniciou o ano na Academia de Futebol. O lateral/meio-campista Jean admitiu, na última quinta-feira, que os jogadores puxaram para si um "peso desproporcional e sem necessidade" pelo alto investimento feito dentro do Palmeiras para 2017.
Agora, sem o peso do favoritismo, as coisas se encontram mais tranquilas dentro da Academia de Futebol. Tanto que Jean traça a vice-liderança como grande meta neste momento da temporada.
"Quando for para acontecer, vai acontecer de maneira natural. Nem sempre o melhor time vai vencer. Vai vencer o time que estiver mais tranquilo para exercer o seu objetivo. (...) Nosso principal objetivo agora é buscar a segunda colocação devido à distância para o líder. É manter a nossa parte e pensar jogo a jogo, esquecer os adversários", complementou o lateral.
O placar simples contra o Coritiba da última segunda-feira, por exemplo, serviu de exemplo para o técnico reclamar sobre esta cobrança de "Real Madrid das Américas". "Ganhou de 1 a 0 e não foi bom, vem a pressão que tinha que ganhar de mais", disse o treinador, que, assim como Jean, trabalha com uma mudança de discurso.
Com apenas o Campeonato Brasileiro em vista e diante da enorme distância para o arquirrival e líder, o Palmeiras se autopromove em nova posição. Hoje, o próprio elenco se cobra por resultados simples e não se pressiona por uma conquista até o fim da temporada.
"Não precisamos fazer grandes jogos, só vencer. A torcida quer que a gente vença, deixa para outras equipes darem espetáculo", destacou o capitão Dudu também na última segunda-feira.
A distância para o líder Corinthians é tratada como principal obstáculo para o Palmeiras se cobrar pela conquista do Campeonato Brasileiro. Tanto que Cuca estabeleceu uma pequena meta de resultados - cinco próximas rodadas - para decretar qual o real objetivo do time nesta reta final de Série A.
"Tem de ser realista, o Corinthians até o momento tem feito um campeonato muito regular, mas temos que fazer a nossa parte. Estamos nos aproximando do segundo e do terceiro lugar, vamos criando força. Mas, claro, vamos viver a cada jogo e as nossas metas. É fazer a nossa parte e tentar ser o mais regular possível", destacou o atacante Willian na última terça.
Edu Dracena, um dos mais veteranos do elenco, corrobora a visão do atacante. "Tirar 13 pontos não é fácil, mas é difícil o Palmeiras disputar uma competição por disputar. Colocamos esta meta agora [de buscar se aproximar do Corinthians]; mas, se vamos conseguir, não sei.".
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