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Dois jogos após pedir cadência e mudar time, Cuca volta a apostar em pontas

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

19/09/2017 04h00

Cuca voltou a apostar na velocidade como fator principal para ver seu time jogar bem. Depois de testar por duas rodadas a equipe no 4-4-2, com apenas dois atacantes, o treinador optou por mandar a campo um time com dois pontas e uma referência, assim como havia sido no restante do ano, quando o próprio comandante admitiu dificuldade em achar um time titular. 

O Palmeiras até ganhou e somou os três pontos, retomando seu posto no G-4, mas o estilo de jogo ficou longe de agradar aos quase 30 mil presentes no Estádio do Pacaembu. 

O esquema que priorizava cadência e toque de bola durou dois jogos: vitória contra o São Paulo e empate com o Atlético-MG. A troca foi bastante elogiada pelo treinador e pelos jogadores ao longo da semana, mas, aparentemente, o técnico não ficou convencido de que esse era o caminho.

A mudança vem menos de um mês depois de Cuca falar que a velocidade não tinha mais espaço no estilo de jogo do Campeonato Brasileiro e que passaria a mudar o jeito de atuar em busca de uma identidade mais cadenciada, com Moisés e Guerra trocando passes. Na última segunda, o comandante justificou a troca afirmando que o estilo de jogo do Coritiba pediu isso, sem descartar que o esquema de 4-4-2 possa voltar.

"Eu falo para vocês: tem muito comentarista que vê jogo, analisa e consegue ver determinadas situações. Tem outros que não e eles te cobram algumas situações em cima de resultados. A figura do Jean vai dar toda a liberdade do mundo para o Dudu flutuar, para ele tentar ser meia. Ele vira o meia ao lado do Moisés. O Jean, tem a profundidade, o Moisés chega como meia, o Tchê Tchê chega... E a gente ouve as pessoas falarem que não tem um meia. Não tem um. Tem três, às vezes quatro. E a gente gosta quando a pessoa entende e consegue ver as situações", explicou.

"Claro que eles podem voltar a jogar junto, vai depender do adversário. Eu sempre trabalhei assim", completou. 

O resultado da troca foi mais uma longa sequência de cruzamentos e de tentativas de jogadas individuais. Só no primeiro tempo, a bola foi lançada para dentro da área em 14 ocasiões. Em uma delas, Jean conseguiu desviar cruzamento de Dudu para abrir o placar. No segundo tempo, o número dobrou e irritou bastante sua torcida. 

O sacado para que o esquema de 4-3-3 retornasse foi o venezuelano Alejandro Guerra. Com dificuldades de se manter 100% fisicamente, o meio-campo perdeu espaço para Moisés, que voltou de lesão há pouco mais de um mês, e para Jean e Tchê Tchê. 

Mesmo quando pôde fazer uma substituição, Cuca preferiu manter o esquema e apenas renovar o fôlego colocando Roger Guedes no posto que era de Keno. A estratégia de jogo continuou a mesma e só deu certo porque Fernando Prass fez boas defesas. Depois, preferiu colocar Thiago Santos no lugar de Jean e Borja no lugar de Deyverson;