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Há mais de um ano sem vitórias, Vettel começa a mostrar sinais de reação

Vettel curte champanhe após garantir terceiro lugar no pódio na Hungria - Andrej ISAKOVIC / AFP
Vettel curte champanhe após garantir terceiro lugar no pódio na Hungria Imagem: Andrej ISAKOVIC / AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Spa-Francorchamps (BEL)

29/08/2019 12h00

Grande Prêmio da Bélgica de 2018. Depois de sofrer duas derrotas seguidas - a primeira na Alemanha, após erro não forçado - Sebastian Vettel dava sinais de que ainda estava vivo na disputa pelo campeonato, ganhando a corrida com 11s de vantagem para o rival Lewis Hamilton. Com isso, diminuía a vantagem do inglês para 16 pontos e seguia como favorito para a corrida seguinte, na Itália. Seria, contudo, a última vitória do alemão na Fórmula 1 desde então, conquistada em 26 de agosto. Já há mais de um ano sem triunfar, o piloto começa a dar sinais de evolução.

O GP caseiro da Ferrari foi desastroso para Vettel, que se tocou com Hamilton na primeira volta, viu o inglês vencer e foi só o quarto. O cenário seria semelhante nas provas seguintes: enquanto a escuderia italiana se perdia no desenvolvimento do carro, o piloto da Mercedes vencia quatro corridas seguidas. Enquanto isso, o alemão teve colisões no Japão e nos Estados Unidos - prova que foi vencida por seu companheiro de equipe Kimi Raikkonen - e enterrou quaisquer chances de título. Na corrida seguinte, no México, Hamilton selou o pentacampeonato por antecipação.

Com a queda de produção da Ferrari neste ano, foram raras as corridas em que Vettel teve possibilidades reais de vitória, algo que aconteceu no Bahrein, quando o time teve o carro mais rápido, e no Canadá. No circuito de Sakhir, ele rodou sozinho em briga com Hamilton e, em Montreal, escapou da pista quando estava na liderança, novamente sob pressão de inglês, e acabou sendo punido, perdendo a chance de terminar em primeiro.

Para piorar, a partir de mudanças que a Ferrari introduziu no carro para torná-lo mais rápido a partir da etapa seguinte, na França, Vettel teve mais dificuldades de se adaptar do que seu companheiro Charles Leclerc. As adaptações visavam corrigir a falta de aderência da parte dianteira do carro, mas acabaram fazendo com que a traseira ficasse menos estável, algo que o próprio monegasco disse "sentir menos" que o alemão.

Testando acertos diferentes para melhorar sua confiança com o carro, Vettel vem evoluindo nas duas últimas provas: depois de largar em último devido a um problema técnico na classificação na Alemanha, ele se recuperou para ser o segundo. Na Hungria, cuidou melhor dos pneus que Leclerc e novamente foi a Ferrari mais bem classificada.

A vitória, contudo, ainda não veio. Perguntado se sente-se frustrado pela seca, ele rebateu: "Eu pareço frustrado? Não é que tivemos o melhor carro por todas essas coisas. Se este fosse o caso, aí sim eu estaria frustrado".

Vettel, contudo, vem sendo duramente criticado pela mídia italiana nos últimos dois anos e constantemente tem sua continuidade no time questionada. Seu contrato com a Ferrari dura até o fim do ano que vem, e ele tem o apoio do chefe Mattia Binotto, que recentemente declarou que o piloto "segue com o objetivo de ser campeão pela Ferrari, e isso é muito claro. Obviamente, o início da temporada foi frustrante nesse sentido, porque significa que ele não está na melhor posição possível para conseguir isso em 2019. Mas porque ele tem um objetivo tão forte ele sabe exatamente o que está procurando".

De fato, a conquista do que seria o primeiro título de Vettel com a Ferrari dificilmente se concretizará neste ano: ele está em quarto no campeonato, a 94 pontos do líder Hamilton. São 225 pontos em jogo nas últimas nove etapas do campeonato.

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