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Djokovic e o triplex mental antes de Wimbledon

Novak Djokovic comemora o título de Roland Garros 2023 em Paris - Reuters
Novak Djokovic comemora o título de Roland Garros 2023 em Paris Imagem: Reuters

Colunista do UOL

26/06/2023 13h25

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Novak Djokovic não perde um jogo em Wimbledon desde 2017; venceu os últimos três slams que disputou e agora, aos 36 anos, vê seus maiores rivais fora das quadras. Roger Federer se aposentou no ano passado, e Rafael Nadal está afastado na esperança de fazer dignamente uma temporada de despedida em 2024.

Enquanto isso, as "novas gerações" que vieram (leia-se "todo tenista nascido depois de Djokovic"), inclusive a atual, não têm um expoente digno de competir técnica, física e mentalmente com o tenista sérvio regularmente. Em Roland Garros, Carlos Alcaraz, o atual número 1 do mundo, foi moído mentalmente na semana e meia que teve de expectativa antes de encarar Djokovic e pagou o preço com cãibras em todo o corpo nas semifinais.

Agora, na semana que antecede o slam da grama, Novak é mais favorito do que nunca, e as declarações de alguns de seus principais oponentes mostram que o sérvio tem uma tremenda vantagem psicológica. É o que a geração Z costuma chamar de "morar num triplex na cabeça do adversário sem pagar aluguel". E dois exemplos recentes comprovam isto.

O primeiro vem do próprio Alcaraz, que conquistou neste domingo o famoso ATP 500 de Queen's, na grama, em Londres. Pouco depois de levantar o troféu e comemorar a evolução de seu jogo na grama, falou o seguinte sobre suas chances em Wimbledon: "As chances não mudam tanto. Quero dizer, Novak vai estar em Wimbledon. Neste momento, estou me sentindo melhor do que no começo da semana, isso é óbvio. É claro que recuperar o número 1 antes de Wimbledon te dá motivação extra, te dá confiança extra para Wimbledon, mas não muda muito se eu jogar Wimbledon como número 2 ou número 1."

O segundo vem de Holger Rune, que bateu Djokovic recentemente nas quartas do Masters de Roma, no saibro. Em uma entrevista recente ao FirstSportz, disse que "não havia ganhado um jogo em grama antes deste ano. Então, colocar-me como um desafio para Djokovic é, talvez, um sonho. Ainda assim, sempre torcermos para que os sonhos se tornem realidade."

"Novak vai estar em Wimbledon", disse um. "Um sonho", disse o outro. "Talvez". Vindo de dois dos maiores tenistas jovens da atualidade. É este o tamanho do favoritismo de Djokovic uma semana antes de Wimbledon. O sérvio não é só tecnicamente superior. Ele é tão superior ao ponto de fazer o resto do circuito tratar uma vitória como algo tão distante.

Coisas que eu acho que acho:

- Enquanto os rivais falam nesses termos, Djokovic se mostra assim:

- Em outro trecho da coletiva de campeão no Queen's Club, Alcaraz lembrou de um número, sem ser perguntado: "Eu vi uma estatística que Novak ganhou mais partidas em Wimbledon do que todos os outros top 20 juntos. O que posso dizer sobre isso? Quero dizer, Novak é o principal favorito para ganhar Wimbledon. Isso é óbvio.

- Som de hoje no meu Kuba Disco: When Did We get So Normal, dos britânicos do Spector

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