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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Diniz terá situação inédita na carreira em 2023. Qual será o desfecho?

Colunista do UOL

23/12/2022 04h00

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Pela primeira vez, desde que passou a treinar times da elite do futebol brasileiro, Fernando Diniz poderá iniciar uma temporada depois de conseguir desenvolver o seu método neste mesmo clube. Chegou ao São Paulo no 2º turno do Brasileirão de 2019 e começou 2020 no Tricolor Paulista, mas o legado deixado nas Laranjeiras é muito maior no atual caso. Será que o primeiro título da carreira dele vem?

Em 2022, o Fluminense já teve resultados com Diniz melhores em relação às últimas temporadas. Terminou em 3º lugar no Brasileirão, a frente de equipes com maior poder de investimento, e foi semifinalista da Copa do Brasil. Na Copa Sul-Americana, caiu ainda na 1ª fase, mas era o princípio do trabalho do treinador.

Tão importante quanto o resultado em si foi a forma como o clube alcançou essas posições. Em determinado momento do segundo semestre, jogou o melhor futebol do país. Fez frente a Palmeiras e Flamengo, os dois grandes vencedores nacionais e internacionais dos últimos anos, detentores de elencos mais poderosos.

O estilo é o mesmo preconizado desde que surgiu como treinador. O gosto pela bola como premissa para fazer com que suas equipes se imponham sobre o adversário é inegociável. E a partir daí busca gerar vantagens no setor da jogada com superioridade numérica de seus jogadores.

Os atletas tricolores entenderam bem e rápido. Houve crescimento de diversos deles: Ganso, Arias, Nonato (já no futebol búlgaro), Martinelli, Samuel Xavier, Manoel e Nathan são apenas alguns exemplos. Rendiam menos antes da chegada de Diniz. São jogadores que preservam características producentes ao modelo buscado.

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André e Fernando Diniz acenam para a torcida do Fluminense após jogo da Copa do Brasil
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Com um pouco mais de dinheiro para investir em comparação a anos recentes, o elenco vem sendo reforçado com jogadores que poderão dar mais qualidade e opções a Diniz. Guga, Vitor Mendes, Lima e Jorge oscilaram nas últimas temporadas, mas não há como duvidar do potencial técnico deles. E nem do poder de recuperação que podem ter no clube.

Ainda há a chegada de Keno, nome que servirá para dar ainda mais agressividade a um ataque que já tem Germán Cano quebrando recorde de gols.

Fernando Diniz ainda precisa ajustar pontos de equilíbrio entre ataque e defesa em seu trabalho. Há momentos em que é necessário defender melhor, e isso foi um problema algumas vezes. Outro ponto é entender a importância de ministrar os minutos de suas principais peças ao longo da desgastante temporada do futebol brasileiro. Foram os dois maiores pecados do Tricolor em 2022.

Não sabemos se Fernando Diniz conquistará o primeiro título relevante na sua sexta temporada em clubes de elite do Brasil. O que podemos afirmar é que há um bom trabalho em desenvolvimento, e um elenco mais robusto desta vez em suas mãos.