Fundamental no Coxa, Andrey se aproxima da sonhada regularidade

Depois de sete temporadas de muitos altos e baixos no Vasco, clube que o revelou, o volante Andrey chegou ao Coritiba precisando se provar para conquistar espaço na equipe em ano de retorno para a Série A. E vem conseguindo! O jogador é atualmente uma das ferramentas de maior responsabilidade na produção ofensiva da equipe.

Até o início da 4ª rodada, o Coxa só estava atrás do Atlético Mineiro em média de chances reais de gol criadas por jogo. Enquanto o Galo produz oito a cada 90 minutos, o alviverde vem logo na sequência com sete. Muitas delas passam pelos pés do camisa 7. Seja na finalização propriamente dita, ou participando da articulação das jogadas.

Sempre se destacando nas divisões de base do Gigante da Colina, Andrey se profissionalizou no clube em 2016. Já atuava pelo Sub-20 com idade de Sub-17, antecipou processos, e estreou na equipe principal em abril daquele ano. Atuou dez minutos diante do Remo, pela Copa do Brasil. Jorginho era o treinador. Foi relacionado para outros jogos da segunda Série B disputada pelo Vasco na história.

Ganhou continuidade e frequência como titular mesmo a partir de 2018, já com 20 anos, com Zé Ricardo no comando. Sempre se teve certeza da qualidade técnica de Andrey dentro de São Januário. Capacidade de passe longo, chutes de média e longa distância, visão e poder de organização no meio-campo, mas a regularidade era sempre um problema.

Baixa concentração e pouca afeição ao trabalho defensivo eram as principais críticas vindas da arquibancada. O ambiente extremamente conturbado do clube e a estrutura pobre para o desenvolvimento de jovens atletas certamente atrapalhou, e o caminho imaginado para ele ainda na base não se confirmou. Tanto que o Vasco não conseguiu renovar o seu contrato no final de 2021, deixando o atleta livre no mercado.

Sempre foi titular com Gustavo Morinigo. Acabou ficando com a posição que foi do bom volante Val - hoje reserva - na Série B do ano passado. Andrey é o ''segundo homem'' de meio-campo do Coxa. Deixa a iniciação das jogadas mais a cargo de Willian Farias e os zagueiros. Se aproxima para trocar passes e auxiliar na distribuição, mas a participação mais efetiva acontece no terço final do campo.

Andrey se aproxima da área quase sempre pelo lado direito, dando apoio ao lateral e ao ponta que estão no setor para triangulações ou infiltrando para finalizar. Fez três gols na temporada, dois deles no Campeonato Brasileiro. Se aproveita de seu ótimo arremate para oferecer mais contundência ao time.

Mesmo com apenas 17 jogos disputados, a temporada de Andrey já é superior em média de gols às últimas três de sua carreira. Se seguir nesse ritmo, pode igualar 2018. De longe o melhor nos profissionais, quando marcou seis gols e deu duas assistências. Além disso vem contribuindo mais defensivamente. Pode melhorar, mas já é mais competitivo sem a bola.

Aos 24 anos, a mudança de ares do Rio de Janeiro para Curitiba fez bem. O volante tem potencial para ser um meio-campista importante no cenário nacional, e assim se aproximar das projeções mais otimistas feitas no início de sua carreira.