Viagem ao sorteio da Libertadores pode diminuir rusgas entre ligas

Rodolfo Landim esteve presente ao sorteio dos grupos da Libertadores e Copa Sul-Americana, em Assunção.

Por mais que esteja na mesa na comissão formada pela Libra para debater as possíveis aproximações com a proposta da Liga Forte, alguns dirigentes das duas ligas esperam pelo momento em que Flamengo e Corinthians sentem-se com o outro lado. Uma coisa é debater internamente. Outra, olhar nos olhos, apertar as mãos, entender as razões de cada lado para tentar aproximar propostas.

Um destes encontros deu-se em Assunção. Estavam também Alessandro Barcellos, do Internacional, Marcos Sallum, do América, dirigentes de clubes envolvidos em Libertadores e Copa Sul-Americana e que ocupam lugar de destaque na comissão da Liga Forte, que tenta aproximação.

"Não conversamos sobre o assunto, mas almoçamos, jantamos e passamos boas horas juntos", diz um dos dirigentes que conviveu com Landim, no Paraguai. "Isto é importante para distender as relações."

Corinthians e Flamengo entendem já terem diminuído muito suas pretensões. Mas há contradições. Por exemplo, se o último contrato de TV foi de seis anos, como criar um período transitório que proteja os ganhos das duas maiores torcidas do país por cinco temporadas? É quase um novo contrato, ainda que represente 10% da nova situação a ser assinada para a formação da Liga.

Além disso, o que desequilibra os ganhos de TV atualmente é o sistema pay-per-view. Não há certeza de que ele continuará existindo no novo acordo, se houver jogos espalhados por diferentes emissoras de TV. Se os diretores de canais de televisão não sabem como será o setor daqui a cinco anos, como se vai prever o dinheiro a ser arrecadado antes de ter um contrato assinado?

Ninguém discorda de que Flamengo e Corinthians devem ganhar mais. A questão é quanto e com que tempo de transição.