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CBBoxe fala em falta de respeito para justificar corte de medalhista

Boxeadora Adriana Araujo conquistou medalha de bronze na categoria até 60 kg em Londres - AFP PHOTO / Jack GUEZ
Boxeadora Adriana Araujo conquistou medalha de bronze na categoria até 60 kg em Londres Imagem: AFP PHOTO / Jack GUEZ

Rafael Krieger

Do UOL, em São Paulo

23/04/2013 14h20

A comissão técnica da Confederação Brasileira de Boxe, por meio da assessoria de imprensa, rebateu as acusações feitas pela pugilista Adriana Araújo, que foi cortada da seleção e deixou de receber incentivo financeiro da entidade. Medalhista de bronze nos Jogos de Londres, ela alegou ser vítima de uma represália devido às críticas feitas aos dirigentes logo após a conquista do pódio olímpico.

Na versão da CBBoxe, Adriana não foi cortada definitivamente da seleção, mas sim afastada por indisciplina e demonstrações de falta de respeito com os técnicos. A pugilista estaria pressionando a confederação a liberá-la para treinar em Salvador, com o técnico Luiz Dórea, o mesmo de grandes nomes do MMA como Cigano e Minotauro.

Adriana foi convocada pela seleção pela última vez em janeiro, apenas para exames. Segundo a comissão técnica, ela se reapresentou com 14 quilos acima do peso depois de passar um período de quatro meses em Salvador. Além disso, as ameaças de migrar para o boxe profissional ou até o MMA também motivaram a confederação a não renovar o incentivo financeiro da pugilista, o que beneficiaria novos talentos visando os Jogos do Rio em 2016.

“A Adriana vem mostrando desrespeito e falta de compreensão quanto ao trabalho desenvolvido aqui. Ao sair do ringue em Londres, ela falou que os técnicos da confederação não servem de nada, e continua dizendo isso. A questão é que ela quer treinar com o Luiz Dórea em Salvador e continuar servindo a seleção, mas não funciona dessa forma. Cremos piamente que os resultados recentes são por causa dos treinamentos concentrados no CT de Santo Amaro, em São Paulo. Mas ela não aceita isso”, alegou o porta-voz da CBBoxe ao UOL Esporte.

A entidade argumentou ainda que, nos dois últimos Mundiais e no Pan, Adriana foi liberada para treinar em Salvador, mas acabou sendo derrotada na primeira luta. “Nos Jogos Olímpicos, ela ficou cinco meses em Santo Amaro e voltou com a medalha”, observou o representante da confederação.

Ignorada pelas convocações da seleção desde janeiro, Adriana não teve seu contrato renovado para continuar recebendo incentivo financeiro, assim como duas companheiras nas Olimpíadas: Erika Mattos e a campeã mundial Roseli Feitosa. “Repassamos o pagamento para outras atletas, porque esse é o momento de procurar novos talentos. Apesar de ela hoje ainda ser a melhor, não significa que temos que ficar com ela, porque procuramos pessoas mais comprometidas. Não vale mais a pena ficar com ela”, concluiu o porta-voz da confederação.