A importância do Censo na formulação de políticas públicas para quilombolas
No último Censo realizado pelo IBGE em 2022, pela primeira vez foram levantados dados sobre quantos são os quilombolas no Brasil. Os números apontaram 1,3 milhão de pessoas que se autodeclaram como quilombola, mas segundo líderes destas comunidades pode haver até três vezes mais no país.
Este apisódio do podcast Papo Preto repercute esses números inéditos e discute a relevância desse mapeamento para validar e ampliar a visibilidade das demandas desses povos que datam da época da colonização do nosso país. Os quilombos surgiram como uma estratégia de combate à escravização de negros e indígenas.
A apresentadora Stela Diogo conversa com Biko Rodrigues, coordenador executivo da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, que explica que os dados são muito relevantes porque fazem um primeiro mapeamento, mas serão mais precisos se no próximo censo a pergunta "como você se autodeclara" for feita para a população em geral.
Em 2022, esse inquérito só foi aplicado em pequenas aglomerações onde viviam mais de 5 pessoas quilombolas."Mas nós temos quilombolas que não estão nesses territórios, estão nos grandes centros, estudando e fazendo várias outras coisas" (a partir de 08:13 do arquivo acima).
Rodrigues diz que a "forma exótica" como a sociedade vê os quilombolas se dá pelo medo do símbolo de resistência que as comunidades quilombolas significam. "Os quilombos são as provas vivas de resistência desse país, eles provaram que é possível construir uma nova sociedade, que é possível brigar contra a escravatura e é possível derrubar regime que nos oprime" (a partir de 16:32 do arquivo acima).
Papo Preto é um podcast produzido pelo Alma Preta, uma agência de jornalismo com temáticas sociais, em parceria com o UOL Plural, um projeto colaborativo entre o UOL, coletivos e veículos independentes. Novos episódios vão ao ar todas as quartas-feiras.
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