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Filhotes órfãos ganham bichinhos de pelúcia para imitar abraço dos pais

Gatinho em recuperação em um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). - Ibama
Gatinho em recuperação em um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). Imagem: Ibama

Maiara Marinho

Colaboração para Ecoa, em São Paulo (SP)

08/12/2022 06h00

Para conseguir se desenvolver, o tamanduá tem a necessidade de se agarrar a outro ser. Já os saguis preferem viver em comunidade e em contato com outros animais. Então, o que fazer com os filhotes, que por motivos diversos, não têm mais o pai, a mãe e mais bichos da espécie para ajudar no crescimento?

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) tem a resposta: bichinhos de pelúcia, toalhas, fronhas, lençóis e meias. Os materiais arrecadados serão utilizados no tratamento de animais silvestres filhotes acidentados ou órfãos.

"Com esses materiais a gente busca trazer esse ambiente natural mais próximo, contribuindo para o controle da temperatura corporal dos animais, para que ele se sinta aconchegado e se alimentando melhor, com o objetivo de diminuir o risco de hipoglicemia e desidratação", explica Marília Nogueira, analista ambiental do Ibama. O tratamento é feito sob os cuidados dos profissionais dos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas).

Todos os anos, o instituto, por meio do Cetas, acolhe filhotes que precisam de cuidados especiais. No entanto, é a primeira vez que é realizada uma campanha de arrecadação para ajudar no tratamento.

Marília conta que geralmente são resgatados filhotes de saruê, sagui, tamanduá e de aves.

A analista ambiental explica ainda que a equipe do Cetas, desde o início da campanha em novembro, tem notado uma melhora na taxa de sobrevivência dos animais.

Filhote em tratamento com bichinho de pelúcia - Ibama - Ibama
Filhote em tratamento com bichinho de pelúcia
Imagem: Ibama

"Os filhotes de saruê, por exemplo, são marsupiais, ou seja, completam o desenvolvimento em uma bolsa de pele, localizada na região abdominal das fêmeas. Em condições naturais eles ficam juntos, em um ambiente escuro e quente".

Com o uso desses materiais, a equipe consegue construir o ambiente adequado e mais semelhante ao que eles vivem no seu habitat natural.

De acordo com a assessoria do Ibama, os animais permanecerão no Centro por tempo indeterminado até o fim do tratamento. Após receberem alta, se aptos à soltura, serão reintroduzidos na natureza.

Como é a primeira vez que a campanha está sendo realizada, não há levantamento de quantos animais serão atendidos, assim como não há prazo para término da campanha.

As doações podem ser entregues nos Cetas espalhados pelo Brasil ou no edifício-sede do Ibama, localizado no Setor de Clubes Esportivos Norte (SCEN), Trecho 2, L4 Norte, Brasília (DF).