Advogada cria e vende looks de roupas usadas e destina dinheiro à doação

Em Taubaté, município do interior de São Paulo, a advogada Giovana Verona, de 23 anos, encontrou uma saída para ajudar pessoas afetadas pela crise causada pela pandemia de covid-19 ao encarar o seu guarda-roupa repleto de peças que não usava mais.

"Em 2020, em meio ao caos pandêmico, estava em formato EAD, perto de concluir o curso e trabalhando em home office no estágio. Tinha muitas peças paradas no armário e sempre pensei em ajudar as pessoas, mas o dinheiro que ganhava como estagiária não permitia. Então, tive a ideia de realizar um bazar beneficente usando o Instagram", lembra Verona.

"Esse projeto era uma ideia antiga, quando vendi algumas roupas ainda em 2019 e fiquei com o dinheiro para mim não me senti bem. Aquele dinheiro era uma roupa nova para mim, mas podia ser uma ajuda para o outro. E é nítido que as necessidades das pessoas aumentaram muito", completa.

A empreitada deu certo, e o dinheiro obtido com os sapatos, roupas e acessórios que a jovem anuncia na rede social, usando a si própria como modelo, se transformou em ajuda para pessoas em situação de vulnerabilidade e projetos sociais. Assim nasceu o 'Bazar Venda Solidária'.

"Minha primeira doação me marcou muito, pois fui comprar cestas básicas para entregar a um projeto e, quando cheguei lá, recebi tanta gratidão e acolhimento que fez todo o tempo colocado para fazer acontecer valer a pena", lembra a advogada. Entre os itens comprados estão cestas básicas e ração para animais abandonados.

Solidariedade fez guarda-roupa aumentar

Com o tempo, amigos próximos e pessoas que moram perto de Giovana se sensibilizaram com o seu trabalho e passaram a doar peças de roupas para que ela pudesse aumentar as vendas e, consequentemente, as doações.

"Hoje em dia, algumas das peças vendidas são minhas, mas a grande maioria é de pessoas que chegam até mim com o interesse de ajudar o projeto doando as roupas", conta a idealizadora.

Com as caixas de roupas recebidas, Giovana faz uma triagem e depois higieniza e cria apresentações delas na rede social. A jovem monta looks, faz maquiagens e mostra como as vestimentas podem ser aproveitadas de ocasiões casuais até as mais formais.

"Sempre fui muito ligada à moda. Vi alguns brechós crescendo e percebi que poderia ser algo que desse certo comigo também. Mas diferentemente de levar como uma atividade, quis fazer algo realmente focado em causas sociais, em que 100% do dinheiro arrecadado é doado", explica.

Além da ajuda financeira para os projetos, que são escolhidos pela criadora em diversas partes do país, há também a divulgação e pedidos de doações para essas ações em suas redes sociais. "Quando tenho acesso fácil, realizo as doações pessoalmente, em forma de itens. Quando são projetos distantes eu deposito a quantia arrecadada na conta dos responsáveis", diz.

As peças que não são vendidas também têm final feliz e terminam aquecendo e vestindo outras pessoas que precisam delas. "Após um período já postadas e não vendidas, as peças são doadas para pessoas em situação de rua ou para bazares e entidades beneficentes da região onde moro", diz.