Topo

Na COP26, jovens brasileiros pressionam por educação climática nas escolas

Flora Bitancourt e Kamila Camilo

Colaboração para Ecoa, de Glasgow (Escócia)

04/11/2021 06h00

Um grupo de jovens levou à COP26, em Glasgow, um manifesto cobrando a educação climática como parte do programa de educação básica do Brasil. O Manifesto Jovens pela Educação Climática - Por uma Educação Climática no Ensino Básico Brasileiro teve participação de 12 estudantes de 8 estados brasileiros (CE, MS, PA, PE, PB, RJ, SP, RS) e é fruto de uma parceria entre os movimentos Fridays for Future (liderado por Greta Thunberg) e Climate Reality Project Brasil.

Marina Guião, de 17 anos, foi uma das autoras do manifesto e está na COP26 dedicada a angariar mais assinaturas. "Nós defendemos uma educação climática não só para falar do clima sob o ponto de vista da biologia. A importância está, principalmente, em conseguir relacionar todas as matérias e todas aquelas coisas que parecem não ter conexão, como desabamentos, enchentes, falta de água e aquecimento global", explica a Ecoa.

O objetivo, ela explica, é que todas as escolas brasileiras possam formar pessoas capazes de pensar criticamente sobre a questão para se tornarem agentes de mudança. "Queremos que elas consigam entender as causas e consequências reais disso na sua vida. Porque a gente precisa formar uma nova geração que saiba pensar a crise climática na forma de soluções, tanto físicas e biológicas quanto humanísticas", completa.

Marina e Luan lideraram o manifesto jovem pela educação climática na COP26 - UOL - UOL
Marina e Luan lideraram o manifesto jovem pela educação climática na COP26
Imagem: UOL

Ao seu lado, o ativista climático Luan Werneck, de 18 anos, também participou da elaboração do manifesto. "Nós nos reunimos, escrevemos e já temos mais de 2 mil assinaturas. Agora, estamos aqui apresentando a proposta e pegando a assinatura de governadores, prefeitos e outras pessoas influentes que têm poder para implementar isso", conta. Segundo ele, o governador de São Paulo, João Doria, foi um dos signatários.

Além da educação climática em todas as escolas públicas e privadas do ensino básico no Brasil, o manifesto também propõe "promover formação aos professores e à comunidade escolar nos temas relacionados à crise climática e sustentabilidade e incentivá-los a incluir as pautas em diversas disciplinas" e "preparar os ambientes físicos das escolas para se adaptarem às novas realidades climáticas como alagamentos, calor, falta de luz, insegurança alimentar e tantas outras".

O manifesto pode ser lido, na íntegra, aqui.