Lembretes e convites para tempos de isolamento voluntário
Estamos todas e todos sentindo os impactos da pandemia atual, em diferentes proporções.
Quem tem reservas financeiras, talvez esteja preocupado com a sua saúde e de familiares, mas nem tanto com o que comer amanhã. Bem, a não ser que surja uma notícia que supermercados começam a ser saqueados em sua cidade, né. Aí a história muda totalmente.
Quem não tem reservas financeiras, talvez se preocupe com a sua saúde e de familiares, e com o que comer amanhã. Afinal, numa sociedade onde o dinheiro é a principal moeda de troca, não o ter significa ser invisível e morrer às margens do capital.
A propósito, essa pandemia está revelando um medo que visita a muitos faz tempo, muito tempo. Mais especificamente, a pessoas invisíveis ao sistema e que sempre batalharam para sobreviver. Vivendo um dia de cada vez, sem saber como será o dia de amanhã. Deixo para você pensar em seus próprios exemplos de quem já vive nessa situação desde muito tempo.
Checada a realidade, vamos aos lembretes e convites. Estes se pautam na esperança de que nossa humanidade e senso de cuidado coletivo ainda existam, e possamos mantê-los acesos. E, aqui, cuidado não significa tocar o barco da economia e deixar centenas de milhares morrerem, tá? O tempo todo falamos a partir de um ideal (ideologia, saca?), e o que me cabe aqui é dar voz àquele que me faz sentido.
A recomendação principal
A recomendação do Ministério da Saúde, seguindo a Organização Mundial de Saúde e infinitos especialistas, que é medida aplicada por praticamente todos os países que estão agindo para conter essa pandemia, é: FIQUE EM CASA!
Quanto menos pessoas na rua, menos pessoas contagiadas. Que implica menos pessoas com complicações de saúde e menos sobrecarga dos leitos hospitalares. Assim, mais chances de termos leitos disponíveis e menor a quantidade de mortes por falta de capacidade de atendimento do sistema de saúde. Vide o ocorrido na Itália.
1. Responsabilidade individual
Se você tem o privilégio de escolher entre sair ou ficar em casa, escolha ficar em casa. Resgatemos uma sabedoria ancestral: MUITO AJUDA QUEM NÃO ATRAPALHA.
Muitas vezes não percebemos o impacto de nossas ações individuais. E, sem perceber, achamos que tanto faz. Nossas decisões têm impactos reais no ciclo de disseminação desse vírus. Uma pessoa faz a diferença, ainda que não veja.
Esse impacto se torna visível na imagem abaixo. As linhas e bolinhas em rosa refletem os possíveis contágios caso não respeitemos o isolamento voluntário. Em cinza, a redução de risco de contágio quando UMA pessoa respeita e fica em casa.
2. Parar nem sempre é opção
Se você não pode escolher ficar em casa, não se culpe. Saia, ganhe seu pão. E, por amor, tome o máximo de cuidados necessários, dentro do que estiver ao seu alcance.
3. Viva o desconforto
Se você se incomoda com quem sai de casa, está tudo bem se incomodar. É foda saber que tem gente andando por aí, com o risco do vírus se espalhar ainda mais. Às vezes dá uma ansiedade, um medo, um pânico. Tantos outros sentimentos mais.
Mas, lembre-se: ficar em casa é privilégio. Então, SEJA EMPÁTICO. Não culpe quem não tem outra opção do que sair de casa para ganhar o pão e não morrer de fome. Outras tantas continuam trabalhando para que a sociedade não colapse. Não faça piada com a situação de ninguém.
4. Seja apoio / Peça apoio
Se você está bem emocionalmente nesse momento, ofereça apoio. Ofereça escuta. Dedique parte do seu tempo a contribuir com o bem-estar de outras pessoas ao redor (ao redor virtual, tá).
Se você está fragilizado(a) emocionalmente, não se culpe por assim estar. Não se envergonhe disso. Tá foda, pra muita gente e você não precisa "se mostrar forte" o tempo todo. Permita-se chorar. Respire fundo. Se preciso, peça apoio. No Facebook tem rolado diversas iniciativas de escuta e rodas de conversa abertas e gratuitas.
Se você tem condições financeiras, considere apoiar instituições que precisam de alimentos, produtos de higiene, equipamentos de proteção, dentre outros.
5. Cuide da informação
Se você tem acesso a informação séria e de qualidade, compartilhe. E contraponha, com cuidado e sem culpar o outro, sempre que puder, informações erradas, notícias falsas, dentre outros. Use a sua possibilidade de acesso ao conhecimento para somar com um ambiente virtual de sensibilização e cuidado.
Pare de compartilhar vídeos e textos aleatórios de WhatsApp. Se viu algo que achou interessante, pesquise a veracidade, exaustivamente. E informe quem compartilhou que a informação não procede, se for o caso.
6. Deixe as conspirações pra depois
Por hora, deixe as teorias de conspiração de lado, por mais que sejam tentadoras. Foque em cuidar da sua saúde e das pessoas ao redor. Depois a gente volta a se digladiar e ter longas e improdutivas brigas sobre essas teorias de conspiração.
7. Escute a ciência
Escute especialistas em saúde, virologia (pessoal que estuda os vírus) e afins. Deixe seu achismo de lado.
Quem sabe, depois da crise, percebamos que achismo não deveria mover países. Conhecimento e informação, ciências (não só biológicas, tá), cuidado coletivo, dentre outros, sim.
8. Para terminar...
Informações sérias e atualizadas sobre o Coronavírus: Átila Iamarino
Para quem gostaria de entender melhor o que é um vírus e como age: Vírus: vida e obra do mais intrigante dos seres
Para saber se precisa ir a um posto de saúde ou hospital, pode consultar um enfermeiro virtual, que ajuda na identificação de sintomas e indica como agir: CORONABR
Plantão de apoio psicológico: Conexão afetiva e A chave da questão
Estejam bem, dentro do que é possível!
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