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Pessoa com deficiência é vista como incapaz e supercapaz, diz escritor

Jairo Marques, jornalista e colunista da "Folha de S.Paulo" - Reprodução/Opinião
Jairo Marques, jornalista e colunista da 'Folha de S.Paulo' Imagem: Reprodução/Opinião

23/08/2022 04h00

Uma das ações do Comitê UOL Plural é a série de conversas "Visões Plurais", que abre espaço para personalidades compartilharem com a redação do UOL suas vivências e conhecimentos a respeito da diversidade e de uma sociedade mais empática.

A seguir, contamos os destaques do nosso papo com o colunista de Cotidiano do jornal "Folha de S.Paulo", Jairo Marques nas "Visões Plurais". Cadeirante e autor do livro "Malacabado: a História de um Jornalista Sobre Rodas", Jairo é pós-graduado em Jornalismo Social pela PUC-SP e mantém o blog "Assim como Você", em que escreve sobre acessibilidade e cidadania.

Durante o papo, Jairo explica que o capacitismo - preconceito com pessoas com deficiência - muitas vezes imputa a estes indivíduos ao mesmo tempo um espectro de incapacidade para desempenhar atividades corriqueiras e de supercapacidade, quando estas mesmas ações são executadas. Ele lembrou que a Lei Brasileira de Inclusão já prevê como crime o preconceito contra a pessoa com deficiência.

Para evitar cair nesta forma de tratamento, Jairo pontuou a necessidade de usar a nomenclatura correta para se referir às pessoas com deficiência. Termos como "pessoas com necessidades especiais", "portador", "pessoa autista" ou "surdo mudo" são incorretos.

O ideal é recorrer a expressões como "pessoa com deficiência" (evitar restringi-la à sigla PCD), "pessoa com autismo" e ser objetivo nas palavras: cadeirante, cego, surdo (oralizados e sinalizados), paralisado cerebral, pessoa com síndrome de down, tetraplégico, surdocego, afásico. Para o jornalista, os veículos de comunicação são cruciais para retratar pessoas com deficiência como integrantes ativos da sociedade. Isso inclui não reforçar estereótipos de que todas precisam de assistencialismo ou são guerreiras por conta de suas condições.

Se estiver faltando referências de pessoas com deficiência que são expoentes em suas áreas, Jairo dá dicas de quem seguir e conhecer:

  • Para trabalho, conheça a palestrante e consultora em inclusão Tabata Contri e executiva Marta Gil;
  • Para música, comportamento e direitos, procure o MC Billy Saga;
  • Para comportamento e sociedade, busque a comunicadora social Mariana Torquato e a psicóloga e influenciadora Pequena Lo;
  • Para esportes e comportamento, dá uma olhadinha no ex-atleta paralímpico Clodoaldo Silva;
  • Para viagem e turismo, a dica é a palestrante e escritora Laura Martins.