Nova placa Mercosul? como ela já foi 'depenada' e isso incentiva clonagens

Implementada em todo o Brasil em 2020, a Placa Mercosul pode sofrer mudanças nos próximos meses. Um projeto de lei do senador Esperidião Amin (PP-SC), em tramitação no Congresso, quer retomar a obrigatoriedade de exibição de cidade e estado na identificação veicular.

O projeto foi aprovado neste mês pela Comissão de Assuntos Econômicos e seguirá para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Ainda teria que passar pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito).

Justificativa é de que a retirada do nome do estado e da cidade das placas "dificultou a identificação geográfica dos veículos, o que traz consequências negativas para a adequada fiscalização do trânsito"

Ao longo do tempo, o novo modelo de identificação veicular perdeu uma série de itens de segurança em relação ao projeto original, facilitando clonagens e outras fraudes - um dos primeiros itens retirados foi, justamente, a identificação do município onde o veículo foi registrado.

Como a placa Mercosul original foi descaracterizada

Placa Mercosul atual perdeu elementos como lacre, bandeira do Estado, brasão do município e efeitos refletivos
Placa Mercosul atual perdeu elementos como lacre, bandeira do Estado, brasão do município e efeitos refletivos Imagem: Divulgação

O chip de identificação, previsto na patente da placa, por exemplo, até hoje não foi implementado.

Na atualização, mais recente, definida em junho de 2019 por meio da Resolução 780 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), a placa deixou de trazer duas características visuais criadas para prevenir clonagens e falsificações: as palavras "Brasil" e "Mercosul" com efeito difrativo, semelhante ao de um holograma, aplicadas sobre os caracteres e na borda externa; e as citadas ondas sinusoidais, grafadas no fundo branco do equipamento.

No lugar do efeito difrativo, as inscrições passam a vir na mesma cor dos caracteres, praticamente desaparecendo.

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Desde a estreia no Rio de Janeiro, o novo padrão de identificação veicular passou por outras modificações visuais, sempre relacionadas a itens de segurança e com a alegação, de parte do governo federal, de redução nos custos de fabricação e, consequentemente, nos preços ao consumidor final.

A primeira delas aconteceu já em setembro de 2018, por meio da Resolução 741, que retirou o lacre, utilizado até hoje na placa cinza e substituído pelo QR Code - que permite rastrear todo o processo de produção da placa.

Em novembro de 2018, outra resolução (748) do Contran determinou a exclusão da bandeira do Estado e do brasão do município de registro do veículo.

Placa Mercosul acumula problemas

Já flagramos venda de placa Mercosul em meio ao trânsito em Salvador (BA), o que é ilegal
Já flagramos venda de placa Mercosul em meio ao trânsito em Salvador (BA), o que é ilegal Imagem: Reprodução

Problemas de segurança são recorrentes desde a implementação do novo modelo de chapa. Ao longo desse tempo, UOL Carros tem noticiado problemas relacionados à segurança.

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Nossa reportagem já denunciou a venda ilegal de chapas no meio da rua, em Salvador (BA); oferta de placas falsas em sites de comércio; e relatos de preços elevados, com a adoção do sistema de livre mercado na maioria dos estados Brasileiros.

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