Viajamos no ônibus que tem conforto de classe executiva de avião

A viação Águia Branca faz trajetos por todo o país e oferece várias categorias de viagens. A mais sofisticada delas é a leito cama, que tem poltronas que reclinam em 180 graus apoios para as pernas. Nesta posição, o passageiro pode se deitar completamente, como se estivesse em uma cama. É o mais próximo de uma classe executiva de avião.

Há outras comodidades como entrada USB para carregar o celular e uma cortina para garantir a privacidade em relação a quem está ao seu lado. Se conseguir, melhor ainda é pegar uma das disputadas poltronas (sim, bem mais largas do que os lugares mais baratos) individuais do lado direito do ônibus.

Não há serviço de bordo nem entretenimento como nas aeronaves, mas a conexão Wi-Fi a bordo e as paradas pelo caminho fazem as seis horas de viagem passarem rápido.

Preço de ponte aérea

A melhor notícia está no custo: as passagens para este trecho na categoria leito cama podem ser encontradas a partir de R$ 176. Ou seja, um valor semelhante ao de uma passagem aérea em promoção.

Além disso, em muitos casos existe a vantagem de economizar tempo e dinheiro nos deslocamentos até o aeroporto, já que os ônibus saem dos respectivos terminais rodoviários de partida e destino, de onde se pode acessar o restante da cidade.

Quase um automóvel

O motorista também aproveita o conforto de dirigir um ônibus como o G8, que foi desenvolvido pela Marcopolo e estreou em 2021. O chassi é fornecido pela Mercedes-Benz.

O veículo é lotado de tecnologias que são encontradas nos melhores automóveis de passeio. Ele tem itens como faróis full LED, alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência e assistente de permanência em faixa de rolamento com aviso de saída. Na realização das manobras, as imagens projetadas pela câmera traseira são muito úteis.

Pela espaçosa cabine o condutor pode acompanhar tudo que acontece com os passageiros. Além de poder se comunicar, ele controla a luz ambiente, regula a temperatura do ar-condicionado e tem acesso a um circuito interno de câmeras. Caso haja alguma ocorrência, qualquer passageiro pode interfonar diretamente para o motorista.

A cada parada, ele é responsável por realizar uma checagem completa do veículo. Caso haja algum problema, a ideia é fazer o reparo enquanto os passageiros estão se alimentando.

Cuidando de quem está ao volante

As normas da ANTT determinam que cada motorista não pode dirigir mais do que oito horas consecutivas. É por isso que a viação montou bases em pontos estratégicos nas rotas mais longas. Lá é realizada a troca de condutores, sendo que toda motorista precisa descansar um mínimo de horas antes de voltar ao batente. Em tempo: cada estação da Águia Branca possui acomodações para que os funcionários possam dormir.

Caso o profissional ainda esteja no expediente, ele precisa realizar uma parada na sala de descanso, onde existe uma estrutura completa para avaliar os reflexos do condutor. Há até uma área com uma estrutura com luzes de alta intensidade que fazem o motorista "despertar" instantaneamente.

De acordo com as regras da Águia Branca, todo empregado que passa por esse espaço precisa realizar testes de reflexo e coordenação motora. Além disso, é obrigatório completar 15 minutos de pedalada em uma bicicleta ergométrica para estimular o corpo antes de seguir viagem.

Até o cardápio para os funcionários foi cuidadosamente planejado para que o funcionário ingira alimentos que forneçam energia em vez de estimular a sonolência na estrada. Tudo em nome da segurança para que todos os passageiros cheguem ao seu destino.