Como a Dodge RAM virou picape mais rápida do mundo com motor V10 de Viper
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
(SÃO PAULO) - "Nossas cotações de seguro aumentaram 40%, e 61% dessas consultas vêm das gerações X e Millennials, o que significa que os interessados têm menos de 55 anos. E os valores nos leilões estão subindo 15%". A análise é da seguradora norte-americana Hagerty, especialista em carros clássicos, sobre a Dodge RAM SRT-10 e seu alto teor colecionista.
Lançada em 2004, a picape personificava ao longo de seus 5,16 metros de comprimento, 2 de largura e 1,89 de altura duas características essenciais a um veículo de coleção: ter ou ser o que outros não têm ou não são e estar raramente disponível - procure uma à venda e você entenderá.
O que os engenheiros da SRT (Street and Racing Technology, a divisão de carros esportivos da Chrysler que nasceu em 1989) conceberam parecia impensável antes, mas óbvio depois de enfim consumada: uma picape equipada com o motor 8.3 V10 do Viper, de opressores 510 cv e 72,6 kgfm de torque. Acoplado a ele o câmbio manual de seis marchas Tremec T56, com uma alavanca do tamanho de um taco de golfe.
As transformações na RAM 1500 também passavam por rodas de 22 polegadas abraçadas por enormes pneus 305/40, amortecedores Bilstein, molas mais curtas e mais rígidas, barra estabilizadora traseira, suspensão rebaixada e apêndices aerodinâmicos lapidados por túnel de vento - a asa traseira adiciona 75 kg de downforce em velocidades altas e pode ser removida para liberar espaço na caçamba.
Resultado: em fevereiro de 2004, o piloto da Nascar Brendan Gaughan levou uma SRT-10 a 248 km/h, cravando o nome da RAM esportiva no Guiness World Records como a picape de produção mais rápida do mundo. E a aceleração de 0 a 100/h em 5,2 segundos é impressionante para um carro de quase 2,5 toneladas. Claro que a conta vinha no consumo, de 3 km/l.
Custando US$ 50.710, era mais barata do que o Viper, de US$ 81.795.
Não há referência de preços no Brasil, pois praticamente não há mercado desse carro por aqui. Estima-se que cerca de 10 a 15 unidades tenham desembarcado no país. Comerciantes evitam deduzir preços a fim de "evitar especulações que só servem para inflacionar o mercado", justifica um deles.
Henrique Mendonça, d'O Acervo, nunca comercializou uma RAM SRT-10. Contudo, revela que é frequentemente abordado por clientes à procura da rival da Ford, equipada com um motor 5.4 V8 de 380 cv. "Tenho muita demanda para a F-150 SVT Lightning, clientes afoitos em busca de uma para comprar. É um carro que valoriza cerca de 25% ao ano. Silverado SS e RAM SRT-10 devem seguir pelo mesmo caminho", explica.
Vai de Madureira
Já dizia Zeca Baleiro: "Quem não pode, quem não pode Nova York vai de Madureira...". Quem não pode ir de RAM SRT-10, vai de RAM 1500 Rebel, que chega em abril, mas já pode ser comprada por R$ 399 mil - valor pra lá de R$ 100 mil sobre qualquer outra picape.
Ou melhor: o lote inicial de 100 unidades se esgotou em 18 horas, segundo a FCA, e novos clientes terão as suas apenas em maio.
Nela - o segundo produto da agora marca Ram no Brasil - a pegada é outra.
Dotada de um 5.7 V8 Hemi de 400 cv e 56,7 kgfm de torque (combinado a um câmbio automático de oito marchas) e com ângulos de entrada (25,1 graus) e saída (22,6 graus) amplos, 24,9 cm de vão livre do solo, amortecedores especiais, tração 4x4 com reduzida e pneus off-road, sua capacidade fora do asfalto é superior à de qualquer picape hoje vendida por aqui. E é a mais confortável, espaçosa e equipada também.
Ou seja, é o modelo certo na hora de um cada vez mais provável apocalipse.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.