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Benê Gomes

Oficinas sustentáveis: por que mecânico sujo de graxa é coisa do passado

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Colaboração para o UOL

23/02/2020 04h00

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O que adianta termos carros cada vez mais evoluídos, carregados de tecnologia e que poluem cada vez menos, se na hora da manutenção ainda encaramos uma oficina parada no tempo?

É, pode esquecer aquele mecânico de bermuda e camiseta todo sujo de graxa, que não sabe o que é e como fazer o descarte correto do óleo velho, dos plásticos ou dos vidros. O futuro chegou também para os profissionais de reparação, com as novas oficinas sustentáveis.

Assim como as fábricas de automóveis, hoje não dá para imaginar uma oficina mecânica desatenta com ações que reduzam impactos ambientais. Motivo mais do justo para que o Sindirepa - Sindicato da indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo - criasse um projeto para estimular esse processo de conscientização, o Selo Sindirepa de Sustentabilidade.

Por meio dele, o Sindicato dá seu reconhecimento oficial para as empresas que já praticam a chamada gestão sustentável. Uma das primeiras oficinas a receber o Selo foi a Auto Mecânica Scopino, de São Paulo, comandada por Pedro Scopino, instrutor e mecânico profissional. "Quem atua nesse mercado precisa ser sustentável; e isso é algo muito amplo, exige uma mudança de comportamento e de respeito à nova legislação. Mas é uma oportunidade para quem quer manter o negócio competitivo."

Para uma empresa ser reconhecida, precisa cumprir uma série de exigências e que estão distribuídas em três categorias: legalidade, sustentabilidade e excelência. Basicamente, o processo começa com a regularização das questões que envolvem a legislação para funcionamento, impostos, direitos trabalhistas e afins.

Depois tem a atenção com a gestão do negócio, como a administração eficiente para compra e controle de estoque, por exemplo. Um ponto bastante importante envolve a atenção com as leis ambientais e os novos procedimentos para o descarte correto de resíduos.

Esse é um diferencial expressivo para os empreendedores do segmento daqui pra frente, que não têm mais como trabalhar sem planejamento para o armazenamento correto de óleo lubrificante usado e o apoio de uma empresa especializada para coleta. "O reparador consciente precisa se preocupar, por exemplo, com a separação dos resíduos sólidos e líquidos, fazer o isolamento correto e deixar isso bem claro para o cliente da oficina".

Outro questão relevante é a excelência do negócio, que passa pelo investimento na capacitação dos colaboradores e o respeito aos procedimentos de trabalho. No final das contas, se trata de um pacote de cuidados que vão trazer outro benefício: a redução de custos em todo o processo.

E o resultado imediato é mais dinheiro sobrando no caixa no final do mês. Como lembra Scopino, "esse é um movimento sem volta, que vai fazer toda a diferença para o empreendedor; Mas os consumidores ainda precisam dar mais valor para esse diferencial".

Isso comprova que estamos mais atentos às questões ambientais sim, mas quando vamos para o universo da reparação automotiva, é fato que ainda temos como contribuir mais com essa mudança. O primeiro passo é ficar atento se o nosso mecânico de confiança já adotou a postura sustentável. E, naturalmente, sempre respeitar os prazos de manutenção.

Para o empresário do setor, independente do tamanho do negócio, isso representa uma oportunidade para tornar a empresa mais eficiente e competitiva, devidamente alinhada com o mercado.

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