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Sem Frescura: qual a melhor forma de parar de fumar?

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Gabriela Ingrid

Do VivaBem, em São Paulo

17/08/2020 04h00

Quem é fumante e já tentou largar o cigarro sabe bem: essa é uma missão que muitas vezes parece impossível. E há várias razões para isso, seja pelo fato de a nicotina ser uma substância altamente viciante ou ainda pelo cigarro, em si, ter um forte componente social.

Com isso, ele acaba entrando na rotina do fumante e passa a ser associado a diversos hábitos, ou seja, na hora de parar, o fumante enfrenta uma série de problemas.

A abstinência de cigarro, por exemplo, pode causar sintomas físicos. Eles variam de pessoa para pessoa, mas alguns mais comuns são irritabilidade, dores de cabeça e alterações no sono.

Há também questões psicológicas, já que é comum que fumantes pensem que é impossível tirar o cigarro do seu dia a dia.

Ainda que muita gente encare essa missão sem ajuda, hoje em dia há formas de diminuir boa parte dos problemas enfrentados por quem quer parar de fumar.

Para isso, o melhor a se fazer é procurar ajuda profissional. Isso vale para médicos, como psiquiatras, cardiologistas ou pneumologistas, ou para a rede de saúde pública, uma vez que o SUS tem programas de combate ao tabagismo.

Isso permite criar um plano para parar de fumar que seja eficaz para o seu caso e que pode envolver o tratamento com medicamentos antidepressivos, como a bupropiona, ou ainda que atuam diretamente nos receptores cerebrais da nicotina, caso da vareniclina. Adesivos e gomas de mascar podem atuar como complementos.

Outro ponto em que o profissional pode ajudar é decidir se o melhor a se fazer é parar de fumar de uma vez ou aos poucos. Isso é algo que varia de pessoa para pessoa e leva em conta diversos fatores, como a quantidade de cigarros consumidos durante o dia.

Mas se seguir um plano torna a missão de largar o cigarro mais fácil, uma das grandes preocupações é com possíveis recaídas.

A melhor forma de evitá-las é, ao menos por um bom tempo, evitar os chamados gatilhos, aquelas situações fortemente associadas ao hábito de fumar. Então, pode ser melhor recusar por um tempo aqueles convites para o happy hour.

Psicoterapia também é de grande auxílio nessa fase, especialmente para te ajudar a lidar melhor com situações associadas ao cigarro, assim como praticar atividades físicas.

Mas, se ainda assim, houver algum lapso ou recaída, não se culpe. Isso é algo normal e o mais importante é manter o seu objetivo claro e também procurar entender o que causou esse tropeço para que ele possa ser evitado no futuro.

Roteiro: Rodrigo Lara. Fontes: Thaís Leibel, pneumologista do Hospital Santa Catarina (SP); Elie Fiss, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP); José Rodrigues Pereira, pneumologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Eduardo Perin, psiquiatra, especialista em terapia cognitivo-comportamental pelo Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo; Rodolfo Galeazzi, médico da família da DaVita Serviços Médicos.