Mulher também tem calvície? Criança pode ter queda de cabelo? Tire dúvidas

Você costuma encontrar cabelos no seu travesseiro ou no piso de casa? Calma: perder fios não é necessariamente um problema. Uma pessoa saudável perde cerca de 100 fios de cabelo por dia. Quando esse volume é maior, a queda é duradoura ou chega ao ponto de causar falhas, porém, é preciso ficar alerta e investigar as causas.

O alerta foi feito pela dermatologista Cristine Carvalho, durante participação no quinto episódio da 9ª temporada do Conexão VivaBem. "Às vezes, as pessoas têm vergonha de falar que o cabelo está caindo e de procurar um médico por causa da queda de cabelo", afirmou a médica. "Mas é importante investigar a causa de qualquer sinal de queda ou de sintomas no couro cabeludo".

A dermatologista tirou algumas dúvidas comuns sobre a queda capilar. Veja abaixo:

1) A calvície também afeta mulheres? Quais são os sinais?

Um dos principais motivos por trás da queda dos fios é a alopecia androgenética, popularmente conhecida como calvície.

A condição é progressiva e pode acometer tanto homens quanto mulheres, embora os homens sejam os mais afetados. As primeiras manifestações costumam ser diferentes entre os sexos, segundo a médica.

"Nos homens, a queda dos fios é percebida na parte superior e frontal da cabeça, dando a impressão de que a testa está maior. Já nas mulheres, atinge a parte superior e a coroa da cabeça".

A alopecia androgenética é mais comum em homens, mas também afeta mulheres
A alopecia androgenética é mais comum em homens, mas também afeta mulheres Imagem: iStock

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2) Existe alguma fase da vida em que a calvície é mais comum?

É senso comum achar que a calvície é um estado típico de homens com mais de 50 anos, mas as principais vítimas do problema são, na verdade, os homens no auge da juventude. "A alopecia androgenética pode começar a partir dos 18 anos de idade, tem pacientes que começam até antes, mas a média é aos 25, então é uma coisa que começa cedo", explicou Carvalho.

Não existe cura para a alopecia androgenética, mas quanto antes o problema for diagnosticado, é possível retardar a perda do cabelo.

"Se você começar a controlar antes, você previne a calvície que talvez o seu pai tenha, de ficar totalmente calvo, então tem como a gente segurar essa evolução, para que o paciente não fique calvo se ele não quiser."

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Imagem: iStock

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3) O que pode causar queda de cabelo além da calvície?

Algumas condições que também podem causar queda de cabelo são:

Anemia: A anemia por falta de ferro é uma vilã da saúde dos fios: o ferro é um mineral envolvido no transporte de oxigênio, que é fundamental para o crescimento do cabelo. Os fios enfraquecem e caem mais do que o normal se a pessoa estiver com deficiência desse mineral. O problema pode ser tratado com suplementação e cardápio balanceado. Entre as principais fontes de ferro estão a carne vermelha, a couve, o feijão e castanhas.

Pós-parto: A perda de fios após o nascimento de um bebê é chamada de eflúvio telógeno e costuma ser intensa. O problema é causado pela diminuição brusca dos hormônios da gravidez, principalmente a progesterona e o estrogênio, o que costuma acontecer três meses após o parto. A boa notícia é que, na maioria dos casos, o problema é autolimitado e dura, em geral, de seis até nove meses depois do nascimento do bebê. Algumas opções de tratamento também podem ser adotadas para casos que duram mais tempo.

Doenças da tireoide: Qual a relação entre a queda de cabelo e a tireoide? Localizada no pescoço, esta glândula em formato de borboleta produz os hormônios T3 e T4, que regulam todo o metabolismo. Se o seu funcionamento é prejudicado, portanto, o corpo prioriza o envio de nutrientes para os órgãos vitais, deixando cabelo, unhas e pele de lado. Se o hipotireoidismo for confirmado, é preciso fazer a reposição hormonal com um endocrinologista.

4) Crianças também podem ter queda de cabelo?

A queda de cabelo excessiva não é frequente em crianças, mas pode acontecer
A queda de cabelo excessiva não é frequente em crianças, mas pode acontecer Imagem: iStock

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Sim. Segundo a dermatologista, crianças podem ter a chamada alopecia areata, que é uma condição caracterizada por perda de cabelo ou de pelos em áreas arredondadas do couro cabeludo.

"É uma queda de cabelo idiopática, ou seja, a gente não sabe exatamente a causa, muitos acreditam que é uma doença autoimune, mas ela faz uns buracos na cabeça, às vezes perde sobrancelha e pode perder pelos do corpo todo", explicou a médica.

"Isso pode ser mais comum em crianças, não que seja muito frequente, mas o problema é que quando começa na idade muito jovem, geralmente é uma forma mais grave e é aquela que perde os pelos do corpo todo, o que é muito mais difícil de tratar".

5) O que fazer para ter um cabelo saudável?

O ferro é um aliado da saúde dos fios. Entre as principais fontes desse nutriente estão a carne vermelha, a couve, o feijão e castanhas
O ferro é um aliado da saúde dos fios. Entre as principais fontes desse nutriente estão a carne vermelha, a couve, o feijão e castanhas Imagem: iStock

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Alimentação. Um cardápio com a proporção adequada de proteínas é garantia de cabelos e unhas fortes. Além disso, micronutrientes como o ferro (presente na carne vermelha, couve, feijão e castanhas), a biotina (presente no ovo) e o silício (na aveia) podem melhorar a resistência dos fios a agressões externas.

Manter o couro cabeludo e os fios saudáveis. "O couro cabeludo saudável não é aquele em que você necessariamente lava o cabelo todo dia", afirmou Carvalho. A dermatologista disse que muita gente acha que basta fazer uma hidratação nos fios para que eles sejam considerado saudáveis. O xampu, o condicionador e o creme hidratante são importantes para a saúde dos fios, mas são como uma "maquiagem", disse a médica.

"Quando você lava o cabelo de novo, tudo isso vai embora, ou seja, se você tem alguma doença no couro cabeludo, como a caspa, é fundamental tratar isso", afirmou Carvalho. Além disso, ela destacou a importância de usar protetor térmico se o cabelo for submetido a altas temperaturas, como a chapinha e o secador.

Ficar atento aos sinais e buscar ajuda. Na presença de qualquer sinal de queda ou problema no couro cabeludo, a recomendação é procurar um especialista. 'Quanto antes você tiver um diagnóstico e começar a tratar, melhor para você".

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