Como saber se minha gastrite é nervosa ou não? Há diferenças físicas?
Daniel Navas
Colaboração para o VivaBem
13/07/2021 04h00
Resumo da notícia
- Os sintomas são os mesmos tanto para dispepsia funcional (gastrite nervosa) quanto para a gastrite em si
- A diferença entre os problemas é que na gastrite ocorre uma inflamação no estômago, e na dispepsia funcional isso pode não acontecer
- Para identificar o que está por trás dos sintomas gastrointestinais, o primeiro passo é buscar a ajuda de um especialista
Os sintomas são os mesmos para a dispepsia funcional, popularmente conhecida como gastrite nervosa, e para a gastrite em si. Os principais sinais são: desconforto na região abdominal, indigestão, saciedade precoce, sensação de dor e queimação no estômago.
A diferença básica entre essas doenças digestivas é que na gastrite é necessário que exista inflamação no estômago, que na grande maioria das vezes é provocada pela presença da bactéria Helicobacter pylori. Já na dispepsia funcional, o processo inflamatório pode não ocorrer, e predomina a alteração da motilidade gastrointestinal, que é o processo de contração da região durante o período de jejum ou logo após as refeições. Neste caso, não ocorre o desenvolvimento de lesões da mucosa, e o problema se dá por fatores emocionais.
Portanto, para identificar o que está por trás dos sintomas na região gastrointestinal, o primeiro passo é buscar a ajuda de um especialista. O profissional da saúde indicará exames específicos para chegar a um diagnóstico preciso e indicar o melhor tratamento. Para as dispepsias funcionais, o procedimento pode variar. Vai desde terapias para acabar com os sintomas, mudança no estilo de vida, com a inclusão de uma dieta saudável e prática de atividades físicas, até, muitas vezes, o tratamento dos transtornos emocionais com medicações ou ajuda da psicoterapia.
Já para a gastrite, a alimentação saudável e os exercícios também são recomendados. Mas a terapia específica envolve o uso de medicamentos que diminuem a acidez gástrica, a diminuição no consumo de álcool e tabaco, bem como café, chocolate, condimentos em geral, alimentos gordurosos e bebidas gaseificadas. Em alguns casos, há indicação de tratamento da H. pylori.
Para a dispepsia funcional, a terapia ajuda a reduzir muito os sintomas. Só é preciso ficar atento às alterações de humor. Pois, caso surja um pico de estresse, os sinais podem voltar. No caso da gastrite, o tratamento com medicamentos e mudança de hábitos pode levar à cura do problema.
Fontes: Raphael di Paula, cirurgião gástrico e coordenador do grupo de fígado, pâncreas e vias biliares do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo; Severino Barbos dos Santos, médico gastroenterologista, clínico geral e professor da UPE (Universidade de Pernambuco); Vitor Haida, médico gastroenterologista do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba.
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