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O que pode ser?

A partir do sintoma, as possíveis doenças


Sarampo: sintomas, transmissão, como prevenir e tratar a doença

Manchas vermelhas pelo corpo, tosse, febre e coriza são sintomas de sarampo - RomoloTavani/iStock
Manchas vermelhas pelo corpo, tosse, febre e coriza são sintomas de sarampo Imagem: RomoloTavani/iStock

Cristina Almeida e Giulia Granchi

Do UOL VivaBem, em São Paulo

24/07/2019 17h14Atualizada em 15/09/2020 20h54

Resumo da notícia

  • O sarampo é uma doença viral, altamente contagiosa e já foi uma das maiores causas de mortalidade infantil
  • Crianças, adultos jovens e pessoas com a imunidade comprometida são os grupos mais suscetíveis
  • Sem tratamento e com consequências severas, o sarampo pode ser evitado de uma forma simples: a vacinação

Pense antes de responder. Você conhece alguém que teve sarampo? A depender da sua idade, provavelmente você nem imagina como é essa doença que já foi uma das maiores causas de mortalidade infantil, é de fácil contágio, pode ter sérias complicações, principalmente entre as crianças, adultos jovens e pessoas que tenham a imunidade comprometida.

A explicação para esse desconhecimento é que, até 2016, a enfermidade estava erradicada no país, graças ao maior presente que a medicina ofereceu à humanidade: as vacinas. Contudo, já em 2017, países da América do Sul começaram a apresentar surtos de sarampo e, em 2018, o Brasil teve mais de 10 mil casos confirmados da doença, com casos de norte a sul do país.

Em 2019, a cidade São Paulo virou um dos grandes focos de surto e, no momento do fechamento desta reportagem, o município já contabilizava cerca de 400 casos, investido em uma grande campanha de vacinação e ampliado a indicação da imunização para pessoas de 15 a 29 anos, independentemente de elas já terem sido vacinadas, bem como aos bebês, a partir de 6 meses de idade.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o avanço do sarampo é um fenômeno global, e nos últimos dois anos houve um aumento de 300% nos casos, comparados ao mesmo período em 2018. O Brasil está na lista dos países mais afetados. A causa dessa mudança varia de acordo com cada nação, mas todas elas têm um ponto em comum: as pessoas estão deixando de se vacinar, apesar de a vacina ser a melhor forma de prevenir a doença.

O que é sarampo?

Trata-se de uma doença viral altamente contagiosa. Isso porque o vírus é transmitido por meio do contato direto ou pelas vias aéreas —basta que a pessoa infectada respire, tussa ou mesmo espirre.

A doença evolui de forma rápida e pode ter complicações graves, principalmente entre os pequenos.

Quanto dura o período de contágio

O vírus pode ser transmitido desde cinco dias antes, até quatro ou cinco dias depois de as lesões de pele (manchas vermelhas), características da doença, aparecerem. O período de maior transmissibilidade ocorre 48 horas antes e até 48 horas depois do início dessa manifestação da pele.

"Cada indivíduo com sarampo vai contaminar de 12 a 18 pessoas. A capacidade de contaminação é de duas a quatro vezes maior do que o vírus da gripe", alerta o presidente do Departamento de Infectologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), Marco Aurelio Palazzi Sáfadi.

Quais os sintomas do sarampo

Os sintomas geralmente se manifestam após cerca de 10 dias da infecção. A essa altura a pessoa poderá apresentar:

  • Coriza;
  • Tosse;
  • Febre ascendente --a cada dia que passa, as temperaturas são mais altas;
  • Conjuntivite;
  • Manchas vermelhas --alguns dias depois, aparecem os exantemas ou rash (grosseirão com manchas vermelhas). Eles se espalham por todo o corpo, e começam a partir da parte de trás das orelhas e pescoço para, depois, avançarem para os membros superiores e inferiores (braços e pernas) e o abdome. Essa fase pode durar três, quatro, cinco dias, mesmo período em que a febre começa a abrandar.

Quem precisa estar mais atento?

Todas as pessoas podem ser infectadas pelo vírus do sarampo. Crianças, adultos jovens e imunodeprimidos são os grupos mais suscetíveis.

Quando é a hora de procurar o médico?

Ao perceber que a febre não cessa e as manchas na pele já começaram a aparecer, procure ajuda especializada imediatamente.

Como é o diagnóstico do sarampo?

Na hora da consulta, o médico ouvirá sua história e fará o exame físico. Se houver suspeita de sarampo, ele poderá solicitar um exame sanguíneo para confirmar a infecção.

O sarampo é uma doença que deve ser comunicada às autoridades sanitárias. Os médicos se referem a essa exigência como notificação compulsória e ela abrange todos os casos suspeitos, independente de depois serem confirmados ou não.

O que esperar do tratamento

Não existe um medicamento para tratar o sarampo, mas os seus sintomas podem ser amenizados. A SBP destaca o uso da vitamina A. O nutriente tem se mostrado útil para reduzir os efeitos da doença e até a mortalidade. Mas deve ser consumida imediatamente após o diagnóstico e no dia seguinte a ele.

Cuidados após a confirmação do diagnóstico

A depender da gravidade do quadro de cada paciente, as medidas a serem adotadas podem variar, fala o pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum, do Hospital Samaritano (SP). De modo geral devem ser adotadas as seguintes práticas:

- Mantenha a criança afastada das atividades escolares até sete dias após o aparecimento das manchas vermelhas;
- Controle a temperatura de forma cuidadosa. Toda mudança drástica deve ser comunicada ao médico;
Mantenha a criança hidratada;
- Observe a presença de dor de cabeça. Se ela persistir, fale com seu médico.

Possíveis complicações do sarampo

"O sarampo pode ter manifestações clínicas intensas que requerem hospitalização [isso representa 10% dos casos]. As complicações mais comuns são otite, pneumonia, diarreia, encefalite e problemas neurológicos", informa Hélio Bacha, infectologista do Hospital Albert Einstein.

Os pacientes com maior risco para esse tipo de ocorrência são os seguintes:

  • Bebês abaixo de 1 ano de idade;
  • Crianças menores de cinco anos;
  • Adultos com mais de 20 anos;
  • Gestantes;
  • Pessoas com condições de imunossupressão (pacientes com HIV/Aids ou em tratamento de câncer, por exemplo).

Como prevenir o sarampo?

A melhor forma de evitar o sarampo é vacinar-se. A vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Isabella Ballalai, conta que, com a chegada da vacina, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou e, durante um surto, é responsável pelo rápido controle do vírus.

A meta das autoridades sanitárias é que 95% da população seja vacinada para evitar o avanço do sarampo. O problema é que, desde 2017, a adesão às campanhas de vacinação tem reduzido, o que abre espaço para novas infecções.

Ballalai explica que as vacinas existem para reduzir o risco de enfermidades graves. "Quando a comunidade se conscientiza disso, ela percebe ser parte fundamental das ações que podem impedir o crescimento da doença. Só assim impediremos que o sarampo tome conta do Brasil de novo", diz.

A vacina é segura?

Segura e eficaz, as vacinas contra o sarampo são a Tríplice Viral (SCR) e a Tetra Viral (SCRV). Juntas, elas englobam a rubéola, a caxumba e a catapora. A SBP e a SBIm recomendam que a 1ª dose seja aplicada aos 12 meses de idade; a 2ª dose deve ocorrer entre 15 meses e 2 anos de idade. Já o Calendário Nacional de Vacinação, do Ministério da Saúde, recomenda que a 2ª dose aconteça aos 15 meses.

Tanto a Tríplice Viral, como a Tetra Viral são vacinas atenuadas, isso é, contêm agentes infecciosos vivos, mas eles já perderam a sua capacidade de causar a doença. Apesar disso, o sistema imunológico é capaz de reconhecê-lo como uma enfermidade e, para proteger o organismo, produz anticorpos.

Diante do surto atual, na capital do Estado de São Paulo, a primeira dose já está sendo aplicada a partir dos 6 meses de vida e também foi ampliada para jovens com idades de 15 a 25 anos de idade. Mas atenção: a vacina aplicada em bebês entre os 6 meses e 11 meses não exclui o recebimento da Tríplice e da Tetra nos tempos regulares. Isso porque a imunidade dos bebês ainda está em formação.

Para ter mais informações sobre vacinas, acesso o portal da Família da SBIm.

Já sou adulto, preciso me vacinar?

Se você já recebeu duas doses (tríplice e/ou tetra viral) não precisa ser vacinado novamente. Caso você seja adolescente ou tenha até 49 anos e não saiba ou não possua registro que comprove que foi vacinado, você será considerado como não vacinado. Nesse caso, o esquema vacinal é o seguinte:

- Até os 29 anos: duas doses da vacina Tríplice viral.
- A partir dos 30 aos 49 anos: dose única da vacina Tríplice viral.

Para crianças maiores, adolescentes e adultos não vacinados, as duas doses devem ser aplicadas com intervalo mínimo de um a dois meses entre elas.

Tive contato com um doente, o que devo fazer?

Se você ou seu filho tiveram contato com alguém infectado, aplica-se aqui a regra da prevenção secundária que indica a vacinação (mesmo que a pessoa tenha as vacinas em dia) nas primeiras 72 horas após a exposição ao vírus.

A medida pode bloquear a evolução da doença ou minimizar suas manifestações.

A vacina contra sarampo tem efeitos colaterais?

A vacina contra o sarampo é considerada segura, mas como todo medicamento, pode ter efeitos colaterais, geralmente brandos. Estamos falando de dor ou inchaço no local da aplicação. Na segunda dose, as chances desses efeitos aparecerem é ainda menor.

"Quando recebemos uma vacina, o nosso sistema imunológico é colocado em ação. Na verdade, é até normal sentir prostração ou fadiga, ter um ligeiro aumento de temperatura, por um ou dois dias", esclarece Rodrigo Contrera do Rio, médico infectologista do Hospital Santa Isabel e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. "Eventos mais graves são raros", conclui.

Quem não pode tomar a vacina contra sarampo?

A vacina deve ser evitada nas seguintes condições:

  • Quando a pessoa é diagnosticada com sarampo;
  • Gravidez;
  • Tempo de vida menor que 6 meses;
  • Imunidade comprometida (quem faz quimioterapia ou tratamento com corticoide, por exemplo --em caso de transplantes, consulte seu médico para saber se a vacina pode ser aplicada);
  • Pessoas que tenham HIV/Aids (aqueles que se enquadram nessa condição, mas têm bons níveis de imunidade, podem receber a vacina desde que sejam avaliados por seus médicos).
  • Pessoas com histórico de alergia grave (anafilaxia) após aplicação de dose anterior das vacinas ou a algum de seus componentes;
  • Alérgicos à proteína do leite da vaca não devem tomar a vacina Serum Institute of India, que contém traços de lactoalbumina. A condição deve ser informada na sala de vacinação.

O surto de Sarampo em São Paulo veio da Venezuela?

Diferentemente do que originou o surto na região Norte em 2018, os vírus que se espalham por São Paulo não chegaram da Venezuela, mas da Europa e Ásia. Segundo a Prefeitura de São Paulo, "os primeiros casos na cidade surgiram a partir de fevereiro, importados da Noruega, Malta e Israel".

Naquele mês, 21 pessoas contraíram o vírus dentro de um cruzeiro que atracou no porto de Santos, o segundo município com mais infectados no estado, 23. Na mesma época, um jovem que voltou ao Brasil de uma viagem a Israel passou o vírus para quatro pessoas da sua família em São Paulo. Dois bebês também chegaram ao Brasil infectados: um deles ficou doente em um navio em Malta (ilha no sul da Europa).*

Existem diferentes tipos de vírus? A mesma vacina serve para todos?

"Parece que existem diferentes tipos de genótipos (composição genética das células) no vírus do sarampo, mas a vacina atual é suficiente para a proteção", aponta Celso Granato, professor de Infectologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e assessor médico do Fleury Medicina e Saúde.

É possível pegar ou transmitir sarampo mesmo após tomar a vacina?

Se a pessoa estiver com a vacinação em dia e o prazo para fazer efeito já houver passado, é praticamente impossível que ela contraia ou transmita a doença. No entanto, a imunização não oferece 100% de proteção e podem ocorrer casos raros em que pessoas vacinadas sofram sarampo.

A primeira dose da vacina, tomada com um ano de idade, garante 93% de proteção. E a segunda, com 15 meses, , confere 97% de eficácia, segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA).

Qual é o grupo de maior risco?

"Crianças, já que é na infância que se tem uma maior possibilidade de complicação da doença por conta de uma imunidade ainda frágil, incluindo risco de morte", explica Juarez Cunha, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira Imunizações).

Então, por que as campanhas são voltadas para pessoas de 15 a 29 anos?

Apesar de não serem o principal grupo de risco, as campanhas estão voltadas para pessoas entre 15 e 29 anos, já que são a maioria dos casos apresentados nos últimos dois anos. "Isso por que, além de poderem ter tomado a dose única, alguns só receberam a primeira dose ou acreditam ter tomado quando não o fizeram. Além disso, a maioria das pessoas com essa idade não viveram um surto, e por isso não estão naturalmente protegidas", esclarece Cunha.

Todas as pessoas nessa faixa etária precisam tomar a vacina?

"Aquelas que tomaram as duas doses de tríplice e treta viral já estão devidamente imunizadas, mas a campanha é indiscriminada e recomendada a vacina a qualquer pessoa entre 15 e 29 anos", explica Adriana Peris, coordenadora do Programa Municipal de Imunização da cidade de São Paulo.

A vacina oferecida a adultos também é a tríplice viral?

Sim. A única diferença é que, dependendo da idade, não é necessário tomar duas doses.

Por que apenas uma dose da vacina tríplice viral é oferecida a pessoas com mais de 29 anos?

De acordo com Granato, pessoas com mais de 29 anos viveram uma época na qual o vírus do sarampo ainda circulava. "O que acontecia há cerca de 30 anos, é que o indivíduo tomava uma dose de vacina e depois entrava em contato com pessoas contaminadas no metrô, ônibus... E assim reforçava sua imunidade, fazendo com que atualmente, uma única dose seja reforço suficiente", explica.

Tomar a vacina novamente oferece algum risco à saúde?

A vacina não oferece risco para a saúde, mesmo se for dada repetidamente. A criança, o adolescente e o adulto até 29 anos de idade devem receber 2 doses. Se houve vacinação de 12 e 15 meses, não precisa receber outras doses. Mas, se recebeu só uma dose, tem que atualizar a situação vacinal, seja na fase adolescente ou adulta. Para quem tem 30 a 49 anos de idade e não tomou nenhuma dose da vacina, deve buscar os postos para receber uma dose única.

Idosos precisam ser vacinados?

Não. Os órgãos públicos não recomendam a vacinação para pessoas que nasceram antes de 1960, isso por que o grupo provavelmente já teve contato com o vírus e está naturalmente imunizado. No entanto, se quiserem tomar, não há problema ou risco à saúde.

Quem não se vacinou na infância ou não se lembra deve tomar novamente?

Sim. Para quem tem até 29 anos, a vacina está disponível na rede pública em duas doses —que devem ser tomadas com intervalo mínimo de um mês entre elas. Para pessoas entre 30 e 49 anos, a dose é única e também é aplicada no SUS (Sistema Único de Saúde).

Para profissionais da saúde, o Ministério da Saúde disponibiliza em duas doses, com o intervalo de um mês para qualquer faixa etária.

Quem não tem carteira de vacinação pode tomar a vacina?

Sim. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde é possível tomar a vacina sem carteira de vacinação. Mas é importante lembrar que a caderneta de vacinação é um documento pessoal muito importante e deve ser guardada por toda a vida.

Por quanto tempo a vacina é válida?

Se você tomou as duas doses, ela é válida para sempre. No entanto, se você foi vacinado quando a imunização era feita em vacina única para sarampo, que era dada antes de um ano de idade até os anos 1990 em São Paulo, vale passar pelo processo novamente.

Por que a vacinação oficial só acontece após a criança completar um ano?

"Hoje, já sabemos que a vacinação para bebês com menos de um ano não apresenta resposta tão boa, por conta dos anticorpos maternos que podem destruir os vírus atenuados que compõe a vacina", explica Rosana Richtmann, membro do Comitê de Imunizações da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).

Como proteger do surto bebês que tem menos de um ano?

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, todas as crianças entre 6 meses e 11 meses e 29 dias podem e devem ser vacinadas durante a campanha atual, e essa vacina não será válida para a rotina, devendo ser agendada uma nova dose aos 12 meses de idade, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas. Após o término da campanha, que ocorre em 16 de agosto, a vacina não estará mais disponível no SUS para esse grupo.

Qual é a situação da vacina atualmente no país?

Ambas as doses estão amplamente disponíveis tanto na rede privada quanto na rede pública (somente para pessoas com até 49 anos).

Até quando vai a campanha de vacinação em São Paulo?

A Campanha de Vacinação que inicialmente seria finalizada em 12 de julho foi prorrogada até 16 de agosto. O objetivo é ampliar a cobertura vacinal para o público alvo da campanha e adesão à vacinação é fundamental para conter o surgimento de novos casos da doença na capital.

Com a ampliação do prazo, São Paulo passa a fazer parte da Campanha Intermunicipal de Vacinação Contra o Sarampo, que incluiu as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Osasco e Guarulhos, todas na região metropolitana de São Paulo foram definidas como locais prioritários para a vacinação. Veja onde tomar a vacina em São Paulo e região metropolitana.

A eficácia na rede pública e privada é a mesma?

"Sim. Apenas o que muda na rede privada são questões como fabricante e multidose, mas a segurança e eficácia são iguais", aponta Richtmann. O valor varia de R$ 100 a R$ 150 na rede privada.

Quanto tempo demora para a vacina fazer efeito?

Em torno de duas semanas. É possível, no entanto, vacinar mesmo após a contração do vírus. "Assim conseguimos combater a doença, muitas vezes diminuindo sua força", diz Richtmann.

Quem já pegou sarampo uma vez está imune?

Sim. Os indivíduos que já sofreram uma vez com a doença estão naturalmente imunes e são incapazes de serem infectados novamente.

Quem tomou a dupla viral para se proteger contra o surto de rubéola precisa tomar novamente?

Em 2008, um surto de rubéola fez com que muitas pessoas fossem vacinadas com a dupla viral, que protege contra rubéola e sarampo. De acordo com Adriana Peris, coordenadora do Programa Municipal de Imunização da cidade de São Paulo, nesse caso a revacinação não é necessária. Se a pessoa fizer parte do grupo de risco, ou seja, tenha entre 15 e 29 anos, ela pode tomar uma dose extra.

Para quem a vacina é contraindicada?

O que é a dose de bloqueio?

A dose de bloqueio ocorre quando um caso de sarampo ocorre em uma pequena comunidade, como um prédio, escola ou local de trabalho. Todas as pessoas que compartilham do ambiente devem ser vacinadas em até 72 horas para impedir a ação do vírus.

Quanto tempo a mulher deve esperar para se vacinar após dar à luz?

A imunização pode ocorrer imediatamente após o parto; a amamentação não restringe a aplicação.

Animais podem ser hospedeiros do sarampo?

Não. O único hospedeiro natural conhecido do vírus do sarampo é o homem.

Fontes: Juarez Cunha, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira Imunizações); Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações); Marco Aurelio Palazzi Sáfadi, professor de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, presidente do Departamento de Infectologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria); Rodrigo Contrera do Rio, médico infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, do Hospital Santa Isabel e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; Hélio Bacha, médico infectologista do Hospital Albert Einstein (Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein), mestre e doutor em Doenças Infecciosas pela USP (Universidade de São Paulo); Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra e neonatologista do Hospital Samaritano (SP), membro da SBP e da AAP (Academia Americana de Pediatria). Revisão técnica: Rodrigo Contrera do Rio.

Referências: Ministério da Saúde; CDC (Centers for Disease Control and Prevention); OMS (Organização Mundial da Saúde); SBP - Atualização sobre sarampo - Guia Prático de Atualização. Departamentos Científicos de Infectologia e Imunizações. 2018.

*Informações da reportagem de Wanderley Preite Sobrinho. **Informações de reportagem de Priscila Carvalho