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Sinvastatina emagrece? Para que serve e efeitos do remédio de colesterol

Sinvastatina: saiba para que serve, como tomar e efeitos colaterais Imagem: iStock

Nathalie Ayres

Colaboração para VivaBem

29/07/2022 04h00

A sinvastatina é um medicamento da classe das estatinas, muito indicado quando o assunto é redução do colesterol. Altas concentrações de colesterol LDL podem levar a danos nas artérias, potencialmente levando a complicações cardíacas (como infarto) e acidente vascular cerebral (AVC).

Tire todas as suas dúvidas sobre o medicamento:

Sinvastatina: para que serve, como tomar e efeitos

Para que serve a sinvastatina?

A sinvastatina atua na redução do colesterol LDL. Ela faz parte de uma classe de medicamentos que são as estatinas, que têm uma ação em inibir uma enzima do fígado que se chama HMG-CoA redutase. Sua principal ação então é reduzir o LDL, que é o colesterol ruim, mas ela também tem o efeito pequeno de reduzir o triglicérides e também de aumentar o HDL, que é o colesterol bom.

A vantagem dessa redução do LDL está justamente na diminuição do estreitamento das artérias pela invasão de placas de gordura na parte de dentro delas. Isso diminui o fluxo de sangue e causa sofrimento de tudo que fica depois da obstrução, como, por exemplo, nos dedos dos pés em um bloqueio no nível dos joelhos ou no cérebro em uma oclusão de carótidas.

Sinvastatina emagrece?

Apesar de atuar diretamente no colesterol e triglicérides, a sinvastatina não tem uma ação direta na perda de peso, como muitas pessoas tendem a acreditar. O que se sabe é que, por ajudarem a reduzir o colesterol, isso diminui também a inflamação do organismo, então os marcadores inflamatórios tendem a melhorar no paciente que tem obesidade.

Geralmente, o emagrecimento é um efeito colateral do pacote de mudanças de dieta e estilo de vida que vem junto com o tratamento.

Como tomar sinvastatina?

O consumo da sinvastatina costuma ser indicado durante a noite, facilitando uma maior concentração de fármaco durante o pico da síntese de colesterol endógeno. A biossíntese do colesterol varia durante o dia, alcançando um pico máximo entre 0h e 5h ou 6h. Se tomadas duas vezes ao dia, a administração será de manhã e à noite.

Não há relação entre a ingestão desse medicamento e a alimentação, podendo ser ingerido em jejum ou durante e após as refeições. Sugere-se tomar após a última refeição.

Contraindicações

Normalmente, a sinvastatina não é indicada para gestantes e lactantes por não haver estudos suficientes demonstrando a segurança. O mesmo vale para crianças: Existem diversos estudos sugerindo que a droga seja segura na faixa etária pediátrica, mas outras drogas mais novas apresentam melhor perfil de segurança e eficácia.

Mas a principal contraindicação da sinvastatina é para pacientes que já tenham apresentado forte dor muscular relacionada a ela. Pode indicar um quadro chamado rabdomiólise, que é a destruição dos músculos por um processo de inflamação dos músculos.

Como a sinvastatina é metabolizada no fígado e tem sua principal ação nesse órgão, local em que é produzido o colesterol endógeno, pacientes com doenças ativas no órgão também pedem cuidado. Em pacientes com alterações graves no fígado evita-se devido ao risco de sobrecarga.

Efeitos colaterais da sinvastatina

Há muito questionamento sobre a ação da sinvastatina e seus efeitos colaterais. O fígado é um órgão muito citado na bula, o que traz algumas inseguranças.

As estatinas alteram as enzimas do fígado em até 1% a 5% dos pacientes. E essa alteração pode chegar a até três vezes o limite superior da normalidade. Mas é algo bastante raro e é normal acompanhar marcadores do fígado do paciente durante o tratamento, como TGP e TGO. Em casos de dores na parte superior do abdome, urina escura e amarelamento da pele, é importante avisar seu médico.

Outro ponto é a questão muscular, citada no tópico acima, que também pede cuidado, apesar de raro.

Interações medicamentosas

Existem medicamentos que podem afetar a forma como a sinvastatina age no corpo e podem aumentar a chance de efeitos adversos graves, como danos musculares. Confira alguns:

  • Antibióticos, como claritromicina, rifampicina ou ácido fusídico;
  • Medicamentos usados para tratar infecções fúngicas, como fluconazol ou cetoconazol;
  • Alguns medicamentos para o HIV;
  • Medicamentos usados para tratar a infecção pelo vírus da hepatite C;
  • Varfarina, um medicamento usado para ajudar a prevenir coágulos sanguíneos;
  • Ciclosporina, um medicamento para tratar a psoríase e a artrite reumatoide;
  • Danazol, um medicamento para tratar a endometriose;
  • Amiodarona, um medicamento que ajuda o ritmo cardíaco a voltar ao normal na fibrilação atrial;
  • Verapamil, diltiazem ou anlodipino, medicamentos para pressão alta e problemas cardíacos;
  • Colchicina, um medicamento usado para tratar a gota.

Além disso, é importante ter cuidado com outras interações. Existem relatos na literatura sobre interação da sinvastatina com a erva de São João e com hortelã. O mesmo vale para a grapefruit, fruta conhecida por aqui como toranja, capaz de aumentar o nível da substância no corpo e causar mais efeitos colaterais.

Fontes

Maria Fernanda Barros de Oliveira Brandão, do CIM do CRF-BA (Centro de Informação sobre Medicamento do Conselho Regional de Farmácia da Bahia); Andressa Heimbecher, médica endocrinologista colaboradora do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); e Bruno Valdigem, arritmologista do Hospital Dante Pazzanese, do Hospital Israelita Albert Einstein e da Rede D'Or, todos em São Paulo.

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