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Isabela Del Monde

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Quem você deve acompanhar na política em 2023? Comece por essas 5 deputadas

Colunista de Universa

29/12/2022 04h00

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2023 já está quase raiando e, com ele, chega um novo período de governo no país, tanto na esfera estadual como na federal. Novos governadores, novo presidente e novas deputadas e senadoras passarão a fazer parte de nossas vidas pelos próximos quatro anos. Eu, particularmente, me sinto animada para voltar a ter governo federal e por saber que, na Câmara dos Deputados, teremos parlamentares comprometidas com o interesse público e com uma vida melhor para quem mais precisa.

Por isso, escolhi como última coluna de 2022 apresentar cinco deputadas federais que, na minha opinião, vai valer a pena acompanhar os trabalhos e trabalhar com elas, afinal, o povo pode e deve estar perto de quem elegeu. Evidentemente, há mais outras várias incríveis, inclusive nas assembleias legislativas dos estados. Mas começo por estas:

Carol Dartora (PT-PR)

Carol Dartora - Joka Madruga - Joka Madruga
Carol Dartora se elegeu deputada estadual pelo Paraná
Imagem: Joka Madruga

Carol é curitibana, tem 39 anos e em 2020 foi eleita a primeira vereadora negra de Curitiba. Foi a terceira mais votada naquelas eleições. Carol traz consigo uma formação admirável. É formada em história pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), especialista em filosofia pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), mestre em educação pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e doutoranda em tecnologia e sociedade pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná).

Embora, evidentemente, a formação acadêmica não seja necessária para que uma pessoa seja boa na política, é um refresco saber que teremos uma professora pensando o país.

Em 2022, Carol se elegeu como a primeira deputada federal negra do estado do Paraná, com mais de 130 mil votos. Pelo que ela conseguiu realizar na cidade de Curitiba, apresentando e aprovando uma lei de cotas para população negra e povos indígenas nos concursos públicos da cidade e uma lei que garante prioridade no atendimento de mulheres em situação de violência, Carol certamente merece nossa atenção em sua primeira passagem por Brasília.

Erika Hilton (Psol-SP)

Erika Hilton - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Atual vereadora de São Paulo, Érika Hilton (PSOL-SP) se elegeu deputada federal
Imagem: Reprodução/Instagram

Erika nasceu em Franco da Rocha, cidade que compõe a região metropolitana de São Paulo. Com 30 anos, é vereadora de São Paulo eleita em 2020.

Em seu primeiro mandato público, Erika conseguiu grandes avanços, como obter vitória judicial que determina que a prefeitura de São Paulo inclua alunos trans na distribuição de absorventes. Também presentou projeto de lei para criação do Fundo de Combate à Fome na cidade de São Paulo, o qual foi aprovado e transformado em lei, além de ter apresentado projetos de lei para contenção de mudanças climáticas e enfrentamento a fake news.

Como jovem, negra e travesti, Erika carrega uma história de vida infelizmente comum a essa população. Ela foi expulsa de casa aos 15 anos, tendo sido obrigada a recorrer à prostituição. Depois de seis anos, foi resgatada pela sua mãe e pode retomar os estudos, tendo ingressado, inclusive, na UFSCar.

Duda Salabert (PDT-MG)

Duda Salabert - Reprodução redes sociais - Reprodução redes sociais
Como vereadora, Duda Salabert ofereceu auxílio financeiro, atendimento psicológico e cestas básicas para mulheres trans e travestis em Belo Horizonte
Imagem: Reprodução redes sociais

Duda é a primeira mulher trans eleita para a Câmara dos Deputados por Minas Gerais. Ela é professora de literatura e ambientalista. Além disso, Duda foi eleita, em 2020, como a vereadora mais bem votada da história de Belo Horizonte. Além disso, Duda é mãe de Sol e conseguiu ter reconhecido seu direito à licença-maternidade.

Em sua atuação como vereadora, Duda organizou uma audiência pública sobre o impacto da covid-19 para as desigualdades de gênero, pediu distribuições de máscaras na pandemia e organizou arrecadação de alimentos e itens de higiene para a população vulnerável. Acredito que Duda deve trazer boas discussões para as questões climáticas, as quais afetam diretamente as mulheres.

Sônia Guajajara (PSOL-SP)

Sônia Guajajara - Carine Wallauer/UOL - Carine Wallauer/UOL
Sonia Guajajara (PSOL) é coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil
Imagem: Carine Wallauer/UOL

Sônia talvez seja a liderança feminina indígena contemporânea mais conhecida do público brasileiro. Foi eleita com mais de 150 mil votos como deputada federal. Nesta quinta-feira (29), foi oficializada ministra dos Povos Originários do governo Lula (PT), e deve deixar a vaga na Câmara dos Deputados para seu suplente. Ainda assim, é importante seguir acompanhando seu trabalho.

Formada em letras e em enfermagem, também é especialista em educação especial pela UEMA (Universidade Estadual do Maranhão).

Ela está junto ao movimento social indígena, especialmente na Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, onde atua como coordenadora-executiva, além de ter amplo reconhecimento internacional, como pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, a respeito dos direitos humanos dos povos indígenas. Sônia também foi candidata à vice-presidência do país em 2018, na chapa de Guilherme Boulos.

Acredito que Sônia será das vozes mais relevantes e influentes no que diz respeito à promoção dos povos indígenas e originários do país e, certamente, deve ter forte atuação no que diz respeito à demarcação de terras.

Juliana Cardoso (PT-SP)

Juliana Cardoso - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Juliana Cardoso (PT) Sim
Imagem: Reprodução/Facebook

Juliana foi, por quatro vezes, vereadora da cidade de São Paulo, com um forte e compromissado trabalho junto às suas bases. De origem indígena, o foco da atuação política de Juliana está nas crianças, adolescentes e mulheres, tendo criado o Prêmio Heleieth Saffioti para homenagear pessoas que atuam pelos direitos das mulheres na cidade de São Paulo.

Além disso, Juliana atuou pela do Programa Centro de Parto Normal - Casa de Parto e pelo Conselho Municipal dos Povos Indígenas, ambos do município de São Paulo. Além disso, é autora do projeto de lei municipal que visa garantir o aleitamento materno em creches. É um nome, portanto, fundamental para acomapanhar, pois pode apresentar projetos de lei que visem recobrar a dignidade de crianças e mulheres, fortemente abalada com a pandemia.

Desejo a todas essas congressistas, assim como as outras mulheres na política em âmbito nacional e estadual, sorte, respeito, tranquilidade e serenidade para continuarem suas brilhantes trajetórias políticas. As mulheres brasileiras contam com a força e a coragem de vocês para avançarmos na redução das desigualdades que ainda nos atingem de forma tão injusta.