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Pensando em comprar um smartwatch usado? Veja dicas e cuidados

Apple Watch, o smartwatch da Apple, em um pulso - Unsplash
Apple Watch, o smartwatch da Apple, em um pulso Imagem: Unsplash

Rosália Vasconcelos

Colaboração para Tilt, do Recife

22/02/2022 04h00

Comprar um smartwatch de segunda mão pode ser uma boa alternativa para quem deseja um relógio com recursos avançados, mas não quer ou não pode desembolsar uma pequena fortuna. Porém, é importante seguir algumas dicas para evitar problemas com o dispositivo.

E segundo especialistas ouvidos por Tilt, se o aparelho estiver funcionando bem, não há um tempo predeterminado de quanto ele vai durar. Tudo vai depender dos cuidados na conservação do equipamento e, principalmente, da intensidade do uso da pessoa que o tinha.

Antes de adquirir um relógio do tipo seminovo, por exemplo, além de avaliar se ele irá atender ao que você precisa em termos de funcionalidades, é preciso levar em consideração itens como a saúde da bateria.

Atenção com os preços

Dados recentes divulgados pela OLX, plataforma de compra e venda online do país, mostram que os preços médios de relógios inteligentes seminovos e usados podem variar de R$ 493 a R$ 2.768.

O modelo Amazfit Verge, da Xiaomi, por exemplo, pode ser encontrado por até 67% mais em conta que um novo. Já os relógios da Apple podem ter economia de até 22% — para efeito de comparação, o lançamento mais recente da Apple custa a partir de R$ 5.299 na loja virtual da empresa.

Antes de adquirir um produto de segunda mão, contudo, o consumidor não deve se atentar apenas ao preço de maneira isolada. Segundo Angelo Zanini, doutor e coordenador do curso de engenharia da computação do Instituto Mauá, é preciso ter em mente que o valor de itens usados de aparelhos tecnológicos de uso pessoal costuma cair um terço ao ano.

Ou seja, de maneira geral, comprar um smartwatch com dois anos de uso pela metade do preço de um novo — ou menos — é vantagem, se ele estiver em bom estado de conservação. "Se o valor de revenda for maior que 50% de um novo, só vale a pena se o relógio tiver quase sem uso, até pelas questões de atualização do produto", acrescenta Ugo Silva Dias, professor do departamento de engenharia elétrica da UNS (Universidade de Brasília).

De olho na bateria

É de lei: assim como outros eletrônicos, quanto mais frequente a utilização, maior será a degradação da bateria. No caso dos relógios inteligentes, ela tem, em geral, vida útil de dois a três anos.

Caso esteja de olho em um modelo usado, é preciso verificar se o mercado oferece bateria de reposição para o smartwatch para garantir que seu investimento valerá mais a pena.

Segundo os entrevistados, para um relógio inteligente a bateria deve durar no mínimo 24 horas de uso ininterrupto e ter um ciclo de carga completa não superior a duas horas.

Assim, antes de adquirir um produto usado, o consumidor deve questionar qual a duração da bateria atualmente e quanto tempo ela leva para recarregar completamente, já que com a utilização ela vai perder a capacidade de armazenamento de carga.

O professor Ugo Silva Dias traz outra dica: algumas marcas oferecem um recurso que permite visualizar como anda a saúde da bateria. Segundo ele, se o percentual mostrado for acima de 85%, ela ainda está boa. Em 80%, é considerada razoável. Abaixo desse valor já está com a capacidade comprometida.

"Ao comprar um produto usado, é importante exigir que os itens que venham junto com ele sejam certificados, como o carregador. Produtos não oficiais podem danificar o aparelho e até mesmo causar acidentes", lembra o Dias.

Relógio sem recursos básicos

Outro ponto bem observado por Angelo Zanini é em relação à obsolescência tecnológica do produto.

Alguns modelos de smartwatches podem não funcionar de maneira autônoma. Ou seja, dependem de um celular para atingir a totalidade de suas funções. Por isso é importante observar quais são as compatibilidades do aparelho e se ainda oferece atualizações.

O Apple Watch, por exemplo, funciona apenas com iPhones. Isso significa que você não vai poder usá-lo com um Android. Modelos da Samsung, Polar e Garmin costumam ser compatíveis tanto com celulares Android como iPhones.

"A Apple pode decidir a qualquer momento que seu smartwatch não recebe mais atualização. E isso vai tornar o equipamento obsoleto. Mesmo que fisicamente ele esteja em bom estado, o relógio não vai receber as melhorias de segurança e nem os novos aplicativos, o que desvaloriza o produto", pontua o professor da UnB sobre os modelos que deixam de ser compatíveis com iPhones antigos.

Ou seja: é fundamental observar se o smartphone vai conseguir executar as funções de conexão com o smartwatch de segunda mão. Caso contrário, a pessoa terá um relógio muito caro (ainda que seja usado) mas não vai aproveitar todas as suas funções.

Além disso, é preciso observar se a versão da conexão Bluetooth do smartwatch é compatível com a do smartphone.

"Caso o produto deixe de funcionar em algum momento, é preciso saber se ainda há assistência técnica e peças de reposição no mercado pra ele", lembra Zanini.

Vale a pena considerar ainda:

  • Estado da tela: pouco arranhada não altera a qualidade do produto; muito arranhada ou trincada, passe para a próxima opção
  • Verifique se todos os botões estão funcionando corretamente. Alguns modelos não são à prova d'água e os botões podem parar de funcionar.
  • O carregador original está carregando corretamente?
  • Tem nota fiscal da primeira compra para comprovar que a procedência é lícita? O dado é importante para evitar cair em golpes.
  • Há alguma senha para acesso? Há dados pessoais que o antigo dono deve apagar antes de entregar o aparelho? Se as respostas forem sim, o proprietário precisa resertar o relógio antes da venda.
  • A pulseira precisa estar em bom estado de conservação caso faça parte da venda. Verifique se há locais para a troca, caso haja necessidade.