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Até Marte em 45 dias: Nasa e Pentágono vão construir foguete nuclear

Ilustração do foguete Draco, que vai demonstrar um motor com propulsão térmico nuclear - Darpa
Ilustração do foguete Draco, que vai demonstrar um motor com propulsão térmico nuclear Imagem: Darpa

25/01/2023 11h27

A Nasa fará uma parceria com um órgão de pesquisa do Pentágono para desenvolver um motor de foguete movido a energia nuclear, para enviar astronautas a Marte, disseram ambas nesta terça-feira (24).

O administrador da Nasa, Bill Nelson, disse que a agência espacial americana colaborará com a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (Darpa) para "desenvolver e testar tecnologia avançada de propulsão térmica nuclear a partir de 2027".

"Com a ajuda desta nova tecnologia, os astronautas poderiam viajar de e para o espaço profundo mais rápido do que nunca, uma capacidade importante para a preparação de missões humanas a Marte", disse Nelson em um comunicado.

A Darpa é o braço de pesquisa e desenvolvimento do Pentágono e desempenhou um papel importante em muitas das inovações do século XX, como a internet.

Segundo a Nasa, os foguetes térmicos nucleares poder ser três ou mais vezes eficientes que os de propulsão química convencional e reduziriam o tempo de viagem, algo essencial para uma eventual missão a Marte.

Em um motor térmico nuclear, um reator de fissão é usado para gerar temperaturas extremamente altas. O calor do reator é transferido para o propelente líquido, que é então convertido em gás, que se expande através de um bocal e fornece impulso.

"A Darpa e a Nasa têm uma longa história de colaboração frutífera", afirmou a diretora Stefanie Tompkins, que citou o foguete Saturn V, que levou os primeiros astronautas à Lua, como exemplo da parceria entre as agências.

"O programa de foguetes térmicos nucleares será essencial para transportar material à Lua de maneira mais eficiente e rápida e, eventualmente, pessoas a Marte", afirmou Tompkins.

A Nasa realizou os últimos testes de motores de foguetes térmicos nucleares há mais de 50 anos, mas abandonou o programa devido a cortes orçamentários e tensões da Guerra Fria.

© Agence France-Presse